quarta-feira, 14 de junho de 2006

OTELO abre o MITE 2006

O Teatro Nacional D. Maria II apresenta, no âmbito do Lisboa MITE’06, Otelo, uma encenação de Marco Antônio Rodrigues para a companhia Folias d’Arte de São Paulo.

Após lotações esgotadas no FITEI, o TNDM II recebe, na sala Garrett um dos espectáculos mais premiados e com maior êxito em 2003 no Brasil.

“A tragédia está instalada e é através dela que a vida se reafirma e se renova”

Marco Antônio Rodrigues

A par com Hamlet, Rei Lear e Macbeth, Otelo é uma das quatro grandes tragédias de Shakespeare e é geralmente considerada aquela que, em termos dramatúrgicos, mais se aproxima do teatro moderno: o tempo da acção é conciso; o seu desenvolvimento estrutura-se em torno de três personagens (Otelo, Desdémona e Iago) e a caracterização dessas personagens está indissociavelmente ligada à relação que estabelecem entre si e que determinará o próprio desenrolar da acção.

É ainda de salientar que Otelo é a única obra de Shakespeare em que o protagonista não é um nobre mas sim um guerreiro, um general africano enviado pelo governo de Veneza para enfrentar a invasão turca à ilha de Chipre, expulsar os invasores e estabelecer-se como governador da Ilha.

Ao lançar uma personagem com estas características num mundo que moral, cultural e politicamente se considerava superior à própria ascendência do herói, Shakespeare lançou para a apreciação pública questões cuja actualidade ainda hoje permanece: as malhas do poder, os cegos conflitos da luta pelo poder cujos fins justificam os meios, a diversidade cultural europeia, o preconceito racial, a ambição, a inveja, a cobiça e a vingança.

E com tudo isto Otelo não deixa de ser uma grande história de amor (o amor que une e opõe o negro protagonista Otelo e a sua amada da elite branca veneziana, Desdémona).

Citando, Marco Antônio Rodrigues, encenador desta abordagem de Otelo “A tragédia está instalada e é através dela que a vida se reafirma e se renova”

“Entendendo que o teatro é antes de tudo a comunicação entre o palco e a plateia”, o grupo Folias d’Arte considera este texto como uma “obra actual e contemporânea, apta para ser mostrada a um público que nem sempre está habituado ao fenómeno teatral.

Ao lado da sua concepção erudita, Otelo, guarda em si o apelo popular, tão caro para o Folias d’Arte ao escolher os seus textos para montagem”.

Prémios: Melhor Espectáculo APCA 2003; Prémio Shell Direcção 2003; Prémio Shell Cenografia 2003.

tradução MARIA SÍLVIA BETTI | direcção MARCO ANTÔNIO RODRIGUES | dramaturgia REINALDO MAIA | direcção musical DAGOBERTO FELIZ | cenografia ULISSES COHN | figurinos ATÍLIO BELINE VAZ | assistente de direcção CACAU MERZ | assistentes de figurinos ADRIANA CHUNG | GISELE SENA | preparação corporal RENATA ZHANETA | desenho de luz ÉRIKE BUSONI | operação de luz ÉRIKE BUSONI | MARCELA DONATO | operação de som PAULO PRADO | contra regra BIRA NOGUEIRA | adereços ADRIANA CHUNG | CÉSAR REZENDE | BIRA NOGUEIRA | programação visual ZECA RODRIGUES | fotos JOANA MATTEI | direcção de produção PATRÍCIA BARROS

elenco

otelo CARLOS FRANCISCO | desdêmona SIMONI BOER | iago DANILO GRANGHEIA | graciano ATÍLIO BELINE VAZ | miguel cássio BRUNO PERILLO | montano VAL PIRES | dodge DAGOBERTO FELIZ

rodrigo FLÁVIO TOLEZANI | |bianca PATRICIA BARROS | emília NANI DE OLIVEIRA | brabâncio PAULO BORDHIN | ludovico ROGÉRIO ROMERA | guarda e marinheiro ZECA RODRIGUE

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