terça-feira, 7 de março de 2006

António Pessoa - Exposição de Pintura

No Hotel Lapa Palace, em Lisboa, está a decorrer uma exposição de pintura desde dia 1 de Março, do artista plástico António Pessoa, que terminará no dia 19 do corrente mês.

Nesta exposição podem ver-se diversas telas contêmporaneas, com mesclas de vários tipos de linguagens plásticas como por exemplo o cubismo, o figuricismo, e o abstracionismo.
As telas são maioritariamente realçadas através dos fortes contrastes em oposição ao fundo de suaves gradações de cores.
Nesta exposição destaca-se a forte inspiração em Picasso ou em Kandinski, sendo esta a face mais recente da obra deste autor.

Esta exposição foi organizada pela galeria espanhola, “Dorian” conjuntamente com o Hotel.
A exposição integra-se num projecto internacional que consiste em adornar os espaços lúdicos e culturais dos Hotéis com obras de António Pessoa.
Estas exposições têm como objectivo dar a conhecer a obra deste autor, prestigiando assim os Hotéis.



António Pessoa dividide a sua obra por cinco temas:

· ”Picasso pintando a doora mar”, que recria a actividade artística de Picasso através da utilização das mesmas técnicas e do igual tratamento figurativo / abstraccionista utilizado por ele. Dentro deste tema existem cerca de 30 telas, pintadas no verão de 2004.

· “Branco e Preto”, que consiste numa pintura figurativa inspirada mais uma vez em Picasso. Conta-se com cerca de 30 telas, também efectuadas no Verão de 2004.

· “Aquarelas”, que é uma sinfonia de cores nas quais o artista desejou fixar a sua visão de diferentes momentos da vida quotidiana, representando diferentes sentimentos e emoções vividas. Neste tema contamos com cerca de 325 obras, as quais foram pintadas entre os anos 1997 e 2002.

· “Metropolis”, este tema é totalmente dedicado a recriar as grandes cidades sobre a tela. Cada cidade tem a sua própria alma, existindo diferentes e distintas perspectivas de representar as cenas metropolitanas. Este tema é composto por 145 obras, as quais foram pintadas entre os anos 2000 e 2002.

· “Retratos”, foi dos primeiros temas a serem efectuados. Aqui o autor mostra-nos em cores e traços o profundo mundo das expressões e como cada ser humano pode ser uma obra de arte, com a sua beleza única e identificativa. Este tema conta com cerca de 45 obras, as quais foram pintadas entre os anos 1998 e 1999.


A obra vista pela Autor…

“ O arte dá-me o estimulo e este dá-me o poder. O poder do amor divino que me permite superar a inércia e entregar-me de corpo e alma à infinita tarefa de fazer que cada dia, seja uma obra, com a imaginação cintilante em cada pincelada sobre a tela.
Na tela encontro a liberdade de transfor
mação e é nela que todos os dias transformo superfícies brancas em arte, expressão plástica, pintura e comunicação.
Agrada-me viver na oficina e é aí onde sempre estarei, preferentemente com os meus pulmões cheio de paz e amor, e o meu espírito cheio de arte.
Pessoalmente, empreendo respeito pela tradição, em obra de vanguarda. Por outro lado, o clássico tem na minha vida espiritual como artista, o peso da sua inevitável importância.
Por consequente , como artista, sempre estarei navegando através do imenso oceano entre continentes. “


Antonio Pessoa

1 comentário:

Anónimo disse...

Com Duchamp a arte deixou de ser o que era.
Não foi salientado aqui o que é uma pena que este artista plástico ao expor neste local não está a fazer mais do que dar continuidade ao que se propõe fazer com aquilo que "cria", " alugar pintura a metro para espaços públicos que podem ir desde hotéis a empresas ou mesmo bodas de casamento". Não concordo nem discordo com este conceito que está muito em voga para um certo tipo de novos ricos que entendem a arte como uma forma de adornarem os espaços em que se encontram e de mostrarem aos amigos que até são conhecedores. Enfim um serviço tipo aluguer de plantas que são substituídas quando murcham ou nos fartamos delas.
Neste caso utiliza-se a arte como um elemento decorativo ( já Matisse o utilizou mas inovando) não pelo valor intrínseco da obra mas pela sua capacidade decorativa. Pode-se dizer que é uma forma de pintura a metro ( tão utilizada por Pollock, que contudo inovou) que se estende ou encolhe dependendo do espaço que se tem disponível, e do orçamento para o aluguer, caindo-se muitas vezes numa sobrecarga de elementos denotando o horror ao vazio de há uns séculos atrás.
Relativamente à galeria “espanhola” em colaboração com a qual este hotel resolveu adornar (abordar era o termo que por gralha não foi usado, assim como o figurativo que virou figuricismo) o espaço é portuguesa e sem qualquer tradição, no panorama das artes plásticas nem na organização de eventos.
Resta esperar que os tons das obras tenham “ficado bem” com o dos estofos e reposteiros como convém nestas circunstâncias.