Festa da Francofonia
Os países que falam francês têm por hábito celebrar a “Francofonia” todos os anos em fins de Março através de espectáculos, projecção de filmes, exposições, encontros... em língua francesa.
Trata-se de participar na diversidade cultural que diz respeito também outras língua como o português, em particular.
Diversas manifestações terão lugar no Instituto Franco-Português com vários países como: Senegal, Suiça, Marrocos, Tunísia, Bélgica, Luxemburgo, Roménia, Canadá e Principado do Mónaco.
SEGUNDA-FEIRA 20 de Março
Inauguração e Homenagem a Senghor
Senghor em destaque na Nova Livraria Francesa: livros e CDroms
19h00 – Filme no Auditório
“Léopold Sédar Senghor, un long poème rythmé” de Béatrice Soulé, apresentado por António Loja Neves (presença a confirmar)
(documentário– 1996 - 50 mn)
"Moi, le Maître-de- langus,
ma tache est d'éveiller mon peuple aux futurs flamboyants
Ma joie de créer des images pour le nourrir, oh lumières rythmées de ma parole".
« Et d'abord du rythme. C'est de lui qu'il faut partir, qui engendre non seulement la mélodie, mais aussi l'image par son élan itératif et, partant, suggestif, créatif".
Béatrice Soulé confiou a um jovem rapper a palavra de Senghor cuja natureza e vitalidade iluminam uma deambulação em imagens por lugares da memória africana.
O filme tem a forma de um longo poema ritmado, no qual o espectador é conduzido musicalmente, do princípio ao fim, a um ritmo visual e sonoro ininterrupto.
Quer se trate de vozes de crianças cadenciando, desde a escola primária, “La belle histoire de Leuk le lièvre », de poemas acompanhados, segundo as indicações de Senghor, à flauta e ao kora, de discursos políticos ou de documentos de arquivo evocando, por exemplo, através dos atiradores senegales, os seus períodos de guerra e de cativeiro. Aqui, com efeito, não há comentários mas evocações sonoras, traduzindo elementos biográficos e artísticos pelas palavras de Senghor ou por poemas salmodiados de prisioneiros senegaleses gravados durante a guerra.
21h00 – Jantar musical africano na Cafetaria
organizado pela Associação Agenova com a presença do kora e da voz do músico guineense José Braima Galissá.
Mestre José Galissá nasceu, cresceu e vive com um kora. “Djidiu” é o seu apelido de rua;Kora o seu instrumento de 22 cordas. Em Portugal Galissá defende a cultura musical Mandinga como Salif Keita, Mory Kant´ou Toumani Diabaté.
Preço: 15€ Reservas pelo telefone: 213111400.
A receita reverte a favor das associações sociais Agenova e Alas.
TERÇA-FEIRA - 21 de Março
DIA DA SUÍÇA
Destaque para Ramuz na Nova Livraria Francesa
Exposição sobre Ramuz na Mediateca
17h00 – Filme no Auditório
“Passage d’un poète” de Alain Tanner apresentado por Roger Francillon
(Documentário, 1961, 6mn,p/b, v.o. em francês)
No livro de C.F. Ramuz, à passagem de um cesteiro, imagem do poeta, as pessoas acabam por juntar-se ao descobrir a poesia e reconciliam-se com elas próprias, com os seus semelhantes e com a sua condição. A evocação de Tanner é ao mesmo tempo homenagem, reconhecimento e biografia.
Seguido da Conferência –
Ramuz precursor, à procura de um estilo para exprimir o país por Roger Francillon Charles Ferdinand Ramuz (1878-1947) é, sem dúvida, o mais importante escritor suíço de língua francesa da primeira metade do Século XX. Apesar de ter situado todos os seus romances nos Cantões de Vaud e Valais, sempre recusou ser considerado como um escritor regionalista. Grande admirador de Cézanne, seguiu o seu exemplo descrevendo o elementar para atingir o universal. Foi no trabalho sobre a língua e a procura de um estilo original que se revelou um precursor, admirado por autores franceses tão diferentes como Claudel e Céline.
Roger Francillon nasceu em 1938. De 1979 a 1985 foi Professor de literatura francesa na Universidade de Zurich. Delegado do Governo suíço para a Fundação Ramuz e, desde 2002, Presidente da mesma. Dirigiu a “Histoire de la Littérature en Suisse Romande” (quatro volumes, Payot, Lausanne, 1996-1999), sendo ainda co-Director do Comité científico para a edição das obras completas de Ramuz. Colaborou na edição dos romances de Ramuz, na “La Pléïade”.
19h00 – Filme no Auditório
“Si le soleil ne revenait pas” filme de Claude Goretta a partir de um romance de Ramuz(1937)
(1987, 112mn, v.o. em francês,legendado em português)
Aninhado na cova de um vale, uma pequena aldeia do Cantão do Valais, de Outubro a Abril, nunca vê directamente o sol. Em 1937, enquanto o rádio recentemente instalado no café difunde notícias alarmantes sobre a guerra civil de Espanha, os habitantes da comunidade acreditam cada vez mais nas vaticínios de Anzévui. Este homem idoso, curandeiro, lê os livros antigos e apregoa que este ano o sol desaparecido não voltará na primavera. Só a resplandecente Isabelle resiste e recusa-se a acreditar na fatalidade.
Quarta-feira dia 22 de Março
Dia do Magrebe
MARROCOS
17h30 – Inauguração da Exposição
CONSTRUIR EM TERRA EM MARROCOS E PORTUGAL por Elie Mouyal, José Alegria
Nos espaços do hall da entrada e do Auditório do IFP, é apresentada, com a colaboração da Embaixada do Reino de Marrocos em Portugal, uma exposição de obras recentes de dois arquitectos que foram pioneiros da renovação das Arquitecturas de Terra em Marrocos e em Portugal - Elie Mouyal e José Alegria.
Utilizando as técnicas ancestrais do adobe e da taipa, valorizando-as com o virtuosismo das artes decorativas do Maghreb e do al Andalus, estes criadores, que estão na vanguarda da geo-arquitectura mediterrânica, utilizam uma linguagem arquitectónica comum valorizada por dialectos bem perceptíveis.
18h00 – Conferência no Auditório
“Arquitectura em terra em Marrocos e Portugal:língua e dialectos” por José Alegria (arquitecto)
Numa época em que os imperativos da globalização determinam uma nova visão do espaço mediterrânico, o exemplo da revivificação das arquitecturas vernaculares de terra em Marrocos e Portugal pode servir como reflexão e estímulo para novas modalidades de cooperação efectiva e inovadora.
A geo-arquitectura constitui, na diversidade das suas tipologias e soluções estéticas, um importante elemento do Património Cultural comum a Portugal e ao Reino de Marrocos.
Nas regiões meridionais de Marrocos e de Portugal, desde há mais de vinte anos, estão a ser concebidas e realizadas obras de renovação e de (re)criação deste Património cuja importância, reconhecida já internacionalmente, reforça a especificidade de uma expressão arquitectónica que utiliza uma língua comum feita de saberes antigos.(José Alberto Alegria, arquitecto)
19h00 – FILME no Auditório
« Les siestes grenadines » filme de Mahmoud Ben Mahmoud,
(2000,França-Tunísia-Bélgica,90 min,35mm,v.o. em árabe,legendado em português)
Wahid Haydar e a sua filha Soufiya regressam à Tunísia depois de uma longa estadia na África Ocidental. De mãe francesa, da qual está separada há seis anos na sequência de um rapto paterno, a jovem Soufiya chega a Tunis muito impregnada da sua herança africana o que já não é do agrado do pai que quer fazer dela uma “criança do país” Mas o país mudou muito na sua ausência. Wahid confronta-se rapidamente com as negociatas e a traição, enquanto Soufiya sentindo que caíu numa armadilha reclama a presença da mãe. Ela trava uma luta difícil para reconciliar os seus pais e impôr a sua diferença numa sociedade tunisina que está muito longe de ter afastado os seus velhos preconceitos face aos negros e aos romis.
23 e 24 Dias da Bélgica
Quinta-feira 23
14h00–17h00 SEMINÁRIO
Apprendre et enseigner avec TV5
TV5 para o ensino,Sala 4 – 3ºandar
Seminário dirigido aos professores de francês tendo como base o programa “7 jours sur la planète”, uma emissão que a TV5 difunde aos sábados de manhã e que dedica, em especial, aos professores e alunos de língua francesa no mundo.
19h00 Filme no Auditório
Rosetta, realização e argumento de Jean-Pierre e Luc Dardenne
(Drama,1999,Bélgica-França-EUA,côr,90mn,v.o. em francês,legendado em português)
Com Emilie Dequenne, Fabrizio Rongione, Bernard Marbaix, Olivier Gourmet, Anne Yernaux
Palma de Ouro Cannes, 1999, Prémio ex-aequo para a melhor interpretação feminina
Rosetta, 18 anos, mãe alcoólica, vive num lugar miserável, um parque de campismo à beira da autoestrada. Diariamente ela parte para a terrível frente de batalha por um emprego. Ela bate-se com a violência e a energia do desespero para conseguir um qualquer lugar. Encontra-o, perde-o, rencontra-o, tiram-lho, retoma-o, sempre obcecada pelo medo de desaparecer, pela vergonha de ser uma deslocada. Ela gostaria de ter uma « vida normal » para existir como ser humano. Este combate quotidiano é filmado de uma forma muito directa e dinâmica, num estilo de semi-documentário.
SEXTA-FEIRA 24 de Março
10h00 – 18h00 SEMINÁRIO
“Le Français parlé” é o tema do Seminário que será animado pela professora da Universidade de Liège, Laurence Wéry
19h00 – FILME no Auditório
Le fils Realização e argumento de Jean-Pierre e Luc Dardenne
Prémio de Interpretação Masculina, Cannes 2002 para Olivier Gourmet
(Drama, Bélgica-França, 2001, 103mn, v.o. em francês,legendado em português)
Com Olivier Gourmet, Morgan Marinne, Isabella Soupart, Rémy Renaud.
Olivier é formador em serralharia num centro de reinserção social. Um dia a directora pede-lhe que acolha Francis, um adolescente desejoso de aprender o ofício. Olivier recusa sob o pretexto de que já tem muitos aprendizes. Olivier integra então o atelier de soldadura. Quem é Francis? Porque é que Olivier o segue e vigia nos corredores do Centro, nas ruas da cidade, no prédio? Porque parece receá-lo? Porquê essa fixação?
Segunda-feira 27 de Março
DIA DA ROMÉNIA
19h00 – FILME no Auditório
Ocidente de Cristian Mungiu
(Comédia, Roménia,2002, 105mn,v.o. em romeno,legendado em francês)
Com Alexandru Papadol
Os pequenos desgostos de todos os dias parecem às vezes muito engraçados.
Só quando acontecem aos outros.
Ocidente é uma comédia sobre nós, sobre o que nos acontece, um olhar irónico-amargo sobre as situações às vezes engraçadas, às vezes ridículas e a maioria das vezes sem solução, em que a vida nos lança na Roménia de hoje. Igualmente, Ocidente é uma história sobre acontecimentos, sobre coincidências, sobre surpresas e sobre o tempo.
Ocidente entrelaça três histórias diferentes que se passam na mesma semana, com personagens cujos trajectos na vida se cruzam, se sobrepõem e se condicionam.
21h00-MÚSICA no Auditório
Recital de Piano e fagote
ILINCA DUMITRESCU(piano) e VASILE MACOVEI (fagote)
No programa : F. Chopin, P. I. Tchaikowsky, S. Prokofiev, George Enescu, Ion Dumitrescu e Paul Constantinesco.
28 e 29 de Março – DIAS DO CANADÁ
O Canadá escolheu dois filmes do realizador canadiano Denys Arcand interpretados pelos mesmos actores com alguns anos de intervalo, para assinalar a sua presença nesta Festa.
Terça-feira 28
19h00 FILME no Auditório
O Declínio do Império Americano Realização e Argumento DENYS ARCAND. Director de Fotografia GUY DUFAUX
Música François Dompierre (baseada em temas de Haendel)
Com Dominique Michel, Rémy Girard, Dorothee Berryman, Louise Portal, Pierre Curzi, Yves Jacques, Genevieve Rioux, Daniel Briere, Gabriel Arcand
[Canadá, 1986, Cor, 101’]
O que pensam realmente as mulheres dos homens?
De que é que falam quando eles não estão presentes?
E os homens, de que falam?
Enquanto Rémy, Pierre, Claude e Alain, professores na faculdade de História, preparam um jantar requintado, as suas companheiras, Dominique, Louise, Diane e Danielle, treinam-se num ginásio de musculação. Os homens falam sobre as mulheres, as mulheres sobre os homens. Destas duas conversas sobressai a mentira de uma época e a busca de cada um deles pela felicidade individual a qualquer preço.
Fantasias, tentação, desejo, indiscrições, infidelidade, confissões, acrobacias e tudo o resto que faz do sexo único assunto sobre que vale a pena falar.
Todos os tabus são hilariantemente expostos neste clássico inesquecível sobre as relações modernas.
Quarta-feira 29
19h00 FILME no Auditório
As Invasões Bárbaras Realização e Argumento de DENYS ARCAND. Director de Fotografia Guy Dufaux. Música Pierre Aviat
Com Remy Girard, Stephane Rousseau, Dorothee Berryman, Louise Portal, Dominique Michel, Yves Jacques, Pierre Curzi, Marie-Josee Croze, Marina Hands, Toni Cecchinato, Johanne Marie Tremblay
[Canadá/ França, 2003, scope,99’, v.o. em francês, legendado em português]
Rémy, divorciado e na casa dos cinquenta, é hospitalizado. A sua ex-mulher, Louise, pede ao seu filho Sébastien que saia quanto antes de Londres, onde ele agora vive. Sébastien hesita; ele e o pai não se tem falado muito desde há alguns anos. Por fim, decide voltar a Montreal para ajudar a mãe e apoiar o pai.
Assim que chega, Sébastien faz tudo o que está ao seu alcance, põe os seus contactos a funcionar e mexe com o sistema de todas as formas possíveis para aligeirar o sofrimento pelo qual Rémy irá ter que passar. Reúne também, à beira da cama do pai, a pandilha que marcou o passado de Rémy: familiares, amigos e antigas amantes.
Em que transformaram nesta era das “invasões bárbaras”? A irreverência, a amizade e a truculência ainda estarão vivas? O humor, o hedonismo, e o desejo ainda povoarão os seus sonhos?
No momento das invasões bárbaras, o declínio do império americano continua…
QUINTA-FEIRA 30 de MARÇO
DIA DA ROMÉNIA
21h00 – TEATRO no Auditório
“Les Chaises” de Eugène Ionesco pela Companhia romena Teatro Daya. Encenação de Chris Simion, representada em francês.
A encenação rompe com as regras do espectáculo clássico e propõe-nos um espectáculo vivo, dinâmico, centrado sobre a imagem, o visual.e não sobre o texto, as palavras. A tónica é posta sobre a expressão corporal dos actores, a coreografia, a pantomima, sem contudo traír o espírito e o humor de Ionesco.
mediante uma compensação financeira. Mas Arthur apaixona-se e já não quer morrer…
SEXTA-FEIRA 31 de MARÇO – ENCERRAMENTO e Início do Ciclo de Cinema Africano
19h00 – Filme no Auditório
O Herói de Zézé Gamboa, apresentado pelo realizador,seguido de debate
Prémio Melhor Primeira Obra, Cartago 2004, Prémio Melhor Filme Estrangeiro,Festival de Sundance 2005,Prémio Melhor Fotografia, Fespaco 2005,Prémio do Público,Festival dos 3 Continestes-Nantes 2004,
O Herói é a primeira longa-metragem rodada em Luanda após a guerra civil e conta a história de várias pessoas que tentam recomeçar a vida num país devastado pelo conflito.
21h00 – Bufete francófono
Para o encerramento o países envolvidos oferecem uma festa gastronómica.
Para degustar: especialidades belgas, canadianas, francesas, luxemburguesas, marroquinas, romenas, suiças e tunisinas.
Estão todos convidados!
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