Integral de Piano e Violoncelo da Obra de Fernando Lopes Graça

O programa deste concerto inclui a integral da obra para piano e violoncelo de Lopes Graça juntamente com uma das obras maiores da nossa música de câmara, a Sonata para violoncelo e piano de Freitas Branco. A completar o programa a Sonata de Chostakovitch, de que também se comemora o centenário do nascimento, muitas vezes executada nos concertos da Sonata.


Domingo, 4 de Junho 06 17h00
Centro Cultural Olga Cadaval (Sintra)

Programa:
I PARTE
Dimitri Shostakowitch
Sonata op. 40 para violoncelo e piano
1.Allegro non troppo
2.Allegro
3.Largo
4.Allegro

Fernando Lopes-Graça (1906-1994)
Três canções populares portuguesas LG 178 a (1953)
1. Senhora da Encarnação
2. Ó, ó, menino, ó
3. Senhora do Almurtão

II PARTE
Fernando Lopes-Graça
Página esquecida LG 99 (1955)
Adagio ed alla danza LG 128 a (1965)
Luís de Freitas Branco (1890-1955)
Sonata
1. Moderado-Moderadamente animado
2. Muito vivo
3. Muito moderado
4. Muito vivo

Irene Lima (Violoncelo)

João Paulo Santos (Piano)

Público-Alvo: m/ 4 anos

Duração: 1h10 min c/ intervalo

Em 1942, em Lisboa, Fernando Lopes Graça em colaboração com Francine Benoit, Maria da Graça Amado da Cunha, Silva Pereira e Santiago Kastner fundava a Sonata, organização de concertos exclusivamente dedicada à música contemporânea. Através desta associação foram dadas a conhecer em Portugal inúmeras obras e compositores que não encontravam lugar na programação das outras salas de concertos, sendo de destacar a título de exemplo a primeira audição da História do Soldado de Stravinsky, dos seis Quartetos de Cordas de Bartok ou ainda a Kammermusik Nº 2 de Hindemith.

Entre 1923 e 1939 participara como conferencista e intérprete nos concertos promovidos por Emma Romero dos Santos Fonseca. Esposa de Luís da Câmara Reis, director e fundador da revista Seara Nova, e dotada de uma considerável fortuna pessoal organizou uma série de concertos sempre precedidos de conferência, a que deu nome de Divulgação Musical. Era dado grande relevo ao repertório vocal em todos os seus aspectos. Assim se pode ouvir, para além de um grande número de concertos dedicados à canção popular, muito repertório vocal do renascimento. O mais espantoso talvez seja a quantidade de primeiras audições de obras de compositores de todos os quadrantes e escolas entre as quais a de Pierrot Lunaire de Schoenberg e de Marienleben de Hindemith. Para além de Lopes Graça podemos citar entre os conferencistas António Sérgio, Aquilino Ribeiro, Luís de Freitas Branco, Bento Jesus Caraça e entre os intérpretes Vasco Barbosa, Pedro de Freitas Branco, Pedro Blanch, Isaura Pavia de Magalhães.