"Mapa Mundi" de Clara Pinto Correia
As Viagens imaginárias na história da Europa
Dizia-se que, algures no Oriente misterioso, no topo do mundo, como mandavam as convenções dos mapas da época, estaria o Paraíso na Terra.
Dizia-se que, algures no Oriente misterioso, no topo do mundo, como mandavam as convenções dos mapas da época, estaria o Paraíso na Terra.
Dizia-se que, no Norte gelado, longe de tudo, se erguia uma enorme muralha de ferro.
Dizia-se que existia, algures na Índia desconhecida, um Papa-Imperador cristão.
Dizia-se que, na Mongólia longínqua, o Grande Khan estava prestes a converter-se ao cristianismo.
E dizia-se que, quanto mais longe se fosse, mais estranhas seriam as raças humanas, animais e vegetais que o viajante ousado encontraria no caminho.
Excerto:
Estrangeiro, não aflijas o meu pai, não aflijas a minha mãe, não me aflijas a mim.
Honra-me na cabana e entre os meus; eleva-me ao nível das minhas irmãs que se riem de mim. Estrangeiro, honesto estrangeiro, não me recuses; faz-me mãe; faz-me um filho que eu possa um dia passear pela mão, no Otaiti que vejam daqui a nove meses agarrado ao meu seio, de quem tenha orgulho.
Terei talvez mais sorte contigo do que com os meus jovens otaitianos.
Se me fizeres esse favor, nunca te esquecerei; abençoar-te-ei toda a minha vida; e quando tu deixares esta costa, as minhas preces hão-de acompanhar-te sempre sobre os mares até teres chegado ao teu país.»
Súplica de uma taitiana ao capelão do barco
em Supplément au voyage de Bougainville
Súplica de uma taitiana ao capelão do barco
em Supplément au voyage de Bougainville
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