Maratona Lopes Graça na Casa da Música
Maratona Lopes-Graça
Sábado, 16 de Dezembro
Miguel Henriques piano
11h00 Sala 2 5 €
António Rosado piano
13h00 Sala 2 5 €
Miguel Borges Coelho piano
15h00 Sala 2 5 €
António Rosado piano
17h00 Sala 2 5 €
Ana Ester Neves soprano
João Paulo Santos
Maratona Lopes-Graça
Domingo, 17 de Dezembro
Fausto Neves piano
11h00 Sala 2 5 €
Coral de Letras da Universidade do Porto
José Luís Borges Coelho direcção musical
12h30 Sala 2 5 €
Em homenagem à vida e obra de Fernando Lopes-Graça, a Casa da Música organiza uma maratona de sete concertos, com algumas das suas mais notáveis composições para piano.
O programa proposto pela Casa da Música ao longo deste fim-de-semana, para além de parte da obra de Fernando Lopes-Graça, contempla temas de compositores pelos quais ele nutria especial apreço e que influenciaram o seu trabalho, como é caso de Béla Bartók: “Sonata” e “Suite op.14”, e de Maurice Ravel: “Pavane pour une Infante défunte”.
A maratona conta com a interpretação dos pianistas António Rosado, Fausto Neves, Miguel Henriques, Miguel Borges Coelho e João Paulo Santos, e com participação da soprano Ana Ester Neves e do Coral de Letras da Universidade do Porto que apresenta a “Primeira Cantata de Natal” do compositor.
No âmbito desta homenagem, no domingo, 17, às 12h00, na Sala 2, é lançado o CD com a primeira gravação integral de “In Memoriam Béla Bartók”, op. 126, de Lopes-Graça, interpretado pelo pianista António Rosado, numa edição da Câmara Municipal de Matosinhos, integrada na celebração do 1º Centenário do Nascimento do compositor.
No catálogo do compositor, salientam-se as suas seis sonatas para piano, duas das quais serão executadas durante esta maratona, designadamente a Sonata nº 2 e a Sonata nº 3.
Nascido no dia 17 de Dezembro de 1906, em Tomar, Fernando Lopes-Graça iniciou os estudos musicais na sua cidade natal e terminou-os no Conservatório Nacional de Lisboa, que frequentou entre 1923 e 1931.
Foi discípulo de José Vianna da Motta, Tomás Borba e Luís de Freitas Branco.
Na década de 30, quando inicou a sua carreira profissional nos domínios da composição e da crítica musical, Fernando Lopes-Graça assumiu a imagem de “músico moderno” da cultura portuguesa do século XX.
Entre 1932 e 1936, foi professor na Academia de Música de Coimbra.
Foi preso duas vezes por motivos políticos e impedido de ensinar em escolas públicas durante os anos posteriores.
Após a Segunda Guerra Mundial, grande parte da actividade de Lopes-Graça foi determinada pela sua militância no Movimento de Unidade Democrática e no Partido Comunista Português.
Data desta época o início da composição das Canções Heróicas.
Criou, em 1945, o Coro do Grupo Dramático Lisbonense, antecedente do Coro da Academia de Amadores de Música, que dirigiu durante décadas.
Também em 1945, Lopes-Graça começou a colaborar regularmente na revista Vértice, onde publicou alguns artigos essenciais para a compreensão das suas atitudes estéticas e políticas.
O seu apreço reivindicativo pela música tradicional continuou a manifestar-se nas suas obras musicais da década de 50, nomeadamente na Sonata nº 3 e nas Glosas, ambas para piano.
Podem ser atribuídas a Fernando Lopes-Graça as seguintes declarações, proferidas em 1943:
“Julgamos ser-nos lícito chamar a atenção para o facto de que o autor se tem encontrado só, ou quase só, nesta ingrata pugna pela música moderna, tentando, na medida das suas forças fazê-la, não diremos aceitar mas compreender – e isto num meio que não só lhe é absolutamente hostil a ela, música moderna, mas até a qualquer espécie de especulativismo de ordem estético-musical.”
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