Nélida Piñon abre Correntes d'Escritas
Nélida Piñon abre Correntes d'Escritas na Póvoa de Varzim «Vozes do Deserto» reeditado com a chancela Bertrand Editora
A escritora brasileira Nélida Piñon é a convidada deste ano para a conferência de abertura do 8º encontro de Escritores de Expressão Ibérica com uma comunicação initulada "A memória secreta da Mulher".
Nélida Piñon, a primeira mulher a presidir à restrita Academia Brasileira de Letras, em 1996, foi também a primeira escritora de Língua Portuguesa a receber o importante Prémio Príncipe das Astúrias, em 2005, vencendo adversários de peso como Paul Auster e Amos Oz.
O romance «Vozes do Deserto», que em 2005 foi contemplado pela Câmara Brasileira do Livro com o mais prestigiado prémio literário do Brasil - o Prémio Jabuti -, é reeditado no próximo dia 7 de Fevereiro com a chancela Bertrand.
Para Nélida Piñon, «Vozes do Deserto» é uma homenagem «à imaginação humana e à arte de efabular».
A escritora acrescenta que uma reflexão sobre a arte de criar uma história não poderia ter como cenário o tempo contemporâneo, o Brasil, a Europa, nem mesmo o mundo grego, onde a razão é dominante.
Foi isso que a levou a escolher o Médio Oriente como espaço da acção e a mítica Sherezade como narradora.
Uma obra que Nélida Piñon demorou cinco anos a escrever, tempo que passou a estudar o Corão e a história mítica e religiosa do Islão.
Reinventando o mito da Sherezade, «Vozes do Deserto» oculta o conteúdo das histórias contadas ao Califa e dá visibilidade ao mecanismo que cria a grande narradora, a matéria «de onde extrai todas as histórias, os seus medos, os seus temores».
Num romance anterior - «República dos Sonhos» - Nélida Piñon narrou a saga da própria família, originária da Galiza, a saga da emigração dessa região para o Brasil.
Nélida é ficcionista, contista e poeta, tendo escrito também romances infanto-juvenis e ensaios. Foi também a primeira brasileira a receber o Prémio Juan Rulfo (1995) e o Prémio Internacional Menéndez Pelayo (2003).
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