sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Wagner e Brahms pela Orquestra Nacional do Porto



Sábado, 20 de Janeiro
Orquestra Nacional do Porto
Joseph Swensen direcção musical
Karen Cargill meio-soprano
18h00 Sala Suggia 15 €

Richard Wagner e Johannes Brahms preenchem o programa do concerto da ONP no próximo sábado, 20 de Janeiro, às 18h00, na Sala Suggia da Casa da Música.


Os dois compositores representam expoentes máximos de duas correntes opostas do romantismo musical alemão.


Sob a direcção musical de Joseph Swensen, maestro titular da Orquestra de Câmara da Escócia (OCE) entre 1996 e 2005, a ONP apresenta-se com a meio-soprano Karen Cargill, vencedora, em 2002, do prestigiado galardão londrino Prémio Kathleen Ferrier.



Brahms e Wagner tiveram percursos muito diferentes.


Brahms criava uma música pura, sem recurso a categorias ou elementos extramusicais, caracterizada por uma qualidade intrínseca que a colocava à margem da evolução histórica. Wagner defendia uma música progressista, imersa no contexto histórico e assente nas formas do poema sinfónico, do drama musical e da música programática.
Brahms nunca se interessou pela ópera, nunca compôs um poema sinfónico e jamais autorizou associações programáticas às suas obras instrumentais.


Wagner nunca escreveu uma sinfonia, jamais se dedicou à música instrumental de câmara e concebeu sempre a música como meio de expressão de algo mais vasto e profundo.
Esta divergência fundamental é evidente nas obras que a ONP executa nesse concerto.



O Idílio de “Siegfried” foi composto em 1870, após o nascimento do último filho de Richard Wagner.


O canto dos pássaros e o nascer do sol reportam a aspectos pessoais, de significado íntimo para o Wagner e sua mulher.


A primeira versão desta peça foi estreada na alvorada do dia 25 de Dezembro de 1870 e tocada por quinze músicos da orquestra de estudantes de Hans Richter.


Este poema sinfónico teve uma génese e ‘nascimento’ extremamente familiar, tendo Wagner proibido durante anos a sua execução e publicação.


As interpretações desta obra eram feitas para círculos restritos de amigos ou patronos, criando a aura duma obra legendária e misteriosa.


Só em 1878, devido à gravíssima situação financeira do compositor, é que a editora Schott teve autorização para imprimir e vender a partitura.


Os “Cinco Poemas de Mathilde Wesendonck” para voz feminina e piano, WWV 91, foram compostos entre Novembro de 1857 e Maio de 1858, durante o exílio de Wagner em Zurique, numa altura em que trabalhava fervorosamente nas óperas “O Holandês voador” e na “Valquíria”.


Estas canções são a expressão musical duma paixão de Wagner pela poetisa Agnes Mathilde Wesendonck, mulher do seu mecenas Otto von Wesendonck.

Johannes Brahms escreveu a Sinfonia nº. 2 em Ré maior, op.73, no Verão de 1877, durante as férias de verão na cidade termal de Pörtschach, junto ao lago de Wörther, nos Alpes austríacos. A muito difundida etiqueta de “Sinfonia Pastoral” afigura-se extremamente infeliz, tratando-se duma sinfonia muito elaborada e plena de intrincado contraponto.


Depois de ter levado quinze anos a escrever a sua primeira sinfonia, Brahms compôs a segunda sinfonia em um par de meses, parecendo dominar perfeitamente tanto a invenção instrumental, como a massa orquestral.


Esta sinfonia, com uma atmosfera geral amistosa e até alegre, foi estreada a 20 de Dezembro de 1877, na Sala da Musikverein de Viena, sob a direcção de Hans Richter, num concerto memorável que constituiu um dos maiores triunfos artísticos de Brahms.

Programa

Richard Wagner
Idílio de “Siegfried”
Richard Wagner Wesendonck Lieder
Johannes Brahms Sinfonia nª 2





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