Roland Topor abre temporada no TMG
O Projéc~ apresenta no Pequeno Auditório
“A Cozinha Canibal” de Roland Topor
“A Cozinha Canibal” de Roland Topor
A Cozinha Canibal é uma das obras representativas do movimento “Pânico”, do qual Roland Topor foi co-fundador, e que é caracterizado sobretudo por utilizar terror e humor em simultâneo.
O Projéc~, estrutura de produção teatral do TMG (Teatro Municipal da Guarda) , leva a cena A Cozinha Canibal de 10 a 13 de Janeiro, no Pequeno Auditório, sempre às 21.30 horas.
A peça é encenada por Américo Rodrigues e conta com a interpretação de Rui Nuno, membro do Projéc~ actor residente do Centro Dramático de Évora.
O figurante especial é Armando Neves, o vídeo em directo está a cargo de Carlos Antunes, a voz-off é do actor José Neves (membro do Projéc~ e actor residente do Teatro D. Maria II).
O dispositivo cénico é de Alberto Carlos Pereira Carvalho Lopes, os efeitos especiais são de Eduardo Martins, o desenho de luz é de António Freixo, a selecção musical e canções originais são de Victor Afonso e as imagens de Victor Afonso e de Carlos Antunes.
A peça agora apresentada é baseada no livro de culinária onde se descrevem, com a minúcia do homem prático, suculentos pitéus exclusivamente destinados aos mais finos apreciadores de iguarias.
Ao mesmo tempo, descobrimos nas receitas e nestes conselhos de Topor o alimento necessário à insubmissão.
«Este é um espectáculo feito por um cozinheiro/ cirurgião/ operário/ dj/ apresentador de televisão/ marionetista. (…) este espectáculo de non-sense, marcado pelo humor absurdo e pelo horror. Nos tempos que correm este teatro há-de escandalizar pouco, muito pouco, até porque não usamos carne humana, por razões sanitárias. Lamentamos!», escreve o encenador Américo Rodrigues no texto de apresentação da peça.
«Este é um espectáculo feito por um cozinheiro/ cirurgião/ operário/ dj/ apresentador de televisão/ marionetista. (…) este espectáculo de non-sense, marcado pelo humor absurdo e pelo horror. Nos tempos que correm este teatro há-de escandalizar pouco, muito pouco, até porque não usamos carne humana, por razões sanitárias. Lamentamos!», escreve o encenador Américo Rodrigues no texto de apresentação da peça.
Baseado no livro homónimo de Roland Topor, Américo Rodrigues criou «um espectáculo louco e inusitado que põe em causa (riam-se) os pilares da nossa civilização ocidental (são raríssimos, entre os nossos pares, os casos de canibalismo). O Rui (actor Rui Nuno) cozinha, come, canta e ainda por cima anima-nos com velhos discos de vinil da Rádio Altitude (onde ele chegou a trabalhar).
Portanto, metade do mérito (pronto, 80%) é deste actor que cresceu na Guarda e que, para estudar teatro, se mudou para Évora. Voltou para nos desinquietar com receitas cruéis, com um cinismo doentio, com um estilo provocatório a resvalar para o pornográfico, com propostas de nos comermos uns aos outros (assim seja!), com pitéus e iguarias nunca provadas», refere ainda o encenador a propósito da peça.
«Aqueles que põem nódoas na gravata dão geralmente óptimos pâtés.», escreveu Topor no intervalo de duas receitas deste livro recheado de humor negro e ironia qb.
Roland Topor nasceu em Paris em 1938 e morreu em 1997.
Este é o segundo trabalho do Projéc~, a estrutura de produção teatral do TMG, que se estreou em Setembro de 2006 com a peça “E outros diálogos” do escritor João Camilo.
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