segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Ciclo Schostakovich no CCB

CICLO SCHOSTAKOVICH

«E CANTOU COMO CANTA A TEMPESTADE»

27 SETEMBRO | 21H00 | PEQUENO AUDITÓRIO | CCB

Poemas de ANNA AKHMATOVA e MARINA TSVETAIEVA ditos por BEATRIZ BATARDA e INÊS DE MEDEIROS

Ciclo de canções de PROKOFIEV e SCHOSTAKOVICH interpretadas por ZLATA RUBINOVA (mezzo-soprano) e ROSA MARIA BARRANTES (piano)


Programa:

Sergei Prokofiev (1891-1953)

5 Poemas de Anna Akhmatova, Opus 27

I. O Sol encheu o meu quarto

II. Sincera ternura

III. Recordação do Sol

IV. Salve!

V. O rei de olhos cinzentos

Dmitri Schostakovich (1906-1975)

6 Poemas de Marina Tsvetaieva, Opus 143

I. Meus versos

II. De onde vem esta ternura?
III. Diálogo de Hamlet com a sua consciência

IV. O poeta e o czar

V. Não, rufaram os tambores…

VI. Anna Akhmatova

Dmitri Schostakovich nasceu em São Petersburgo, no dia 25 de Setembro de 1906. Mostrou uma precoce aptidão musical e estudou no Conservatório com Steinberg, Nikolaev e Glazunov. A Revolução Russa de 1917 inspirou as suas primeiras tentativas sérias de composição que incluíram uma Marcha Fúnebre para as Vítimas da Revolução de Outubro. Com a sua 1.ª Sinfonia – que obteve grande sucesso internacional seduzindo maestros como Toscanini, Bruno Walter e Klemperer – Schostakovich foi reconhecido na União Soviética como o compositor mais importante da sua geração e seguiu-se rapidamente um pedido para compor uma 2.ª Sinfonia, a fim de assinalar o 10.º aniversário da Revolução de Outubro. O jovem Schostakovich provou a sua versátil criatividade no teatro, no cinema e nas salas de concerto, identificando-se com as tendências mais progressivas da sua época. Foi a sua 2.ª ópera, Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk (e não O Nariz, a sua primeira ópera, radicalmente mais moderna), que levou à primeira crise da sua carreira quando, em 1936, o jornal Pravda (órgão oficial do Partido Comunista da União Soviética) a classificou como “Cacofonia em vez de Música”. Depois da Segunda Grande Guerra, na companhia de outros distintos colegas, entre eles Prokofiev, Schostakovich encontrou-se com a segunda reprimenda do Partido que denunciou o seu recente trabalho como “formalismo burguês” (música sem conteúdo). A liberalização anexa às políticas de Kruschev trouxe a sua reabilitação e o reconhecimento estatal. As suas obras do último período são uma confrontação pessoal com a morte. Pouco tempo após completar a sua elegíaca Sonata para Viola e Piano, o compositor sucumbiu a um ataque cardíaco em Moscovo, no dia 9 de Agosto de 1975.

[…]

Filipe Pinto-Ribeiro

Excerto do texto publicado no Jornal Schostakovich

CCB, Setembro de 2006


INÊS DE MEDEIROS

Como actriz trabalhou em mais de vinte longas-metragens com realizadores como João Botelho, Joaquim Pinto, José Fonseca e Costa, Jacques Rivette, Pedro Costa.

No teatro, onde começou, fez uma dúzia de espectáculos tanto em português como em francês com encenadores como Ricardo Pais, Olga Roriz, Alain Rais, entre outros.

Depois de ter trabalhado como assistente de realização de Teresa Villaverde, João César Monteiro e Joaquim Pinto, desde 1998 que se dedica à realização de filmes de ficção e documentais: Sr. Jerónimo, O Fato Completo, Cartas Portuguesas.

BEATRIZ BATARDA

Como actriz, já integrou o elenco de mais de dez peças de teatro, encenadas por Luís Miguel Cintra, Diogo Dória, Carlos Pimenta, Christopher Morahan e Joseph Blatchley, entre outros.

Em 1986 estreou-se no cinema em Tempos Difíceis, de João Botelho. Seguiram-se filmes realizados por Manoel de Oliveira, Margarida Cardoso, José Álvaro Morais, João Canijo e Mike Dowse, para referir apenas alguns.

Participou em várias séries televisivas na Grã-Bretanha, Estados Unidos e Canadá.

ZLATA RUBINOVA

Nasceu em Chelyabinsk, na Rússia. Começou os estudos vocais na Escola de Música Tchaikovsky de Chelyabinsk, com a professora M. A. Sadovka e posteriormente estudou no Conservatório de Moscovo.

Foi solista do Teatro Bolshoi de Moscovo e obteve o diploma de canto e de docência com menção especial do júri. Foi laureada em diversos concursos de canto com destaque para o Concurso Internacional Monserrat Caballe, em Andorra.

Actualmente, é solista do Teatro de Câmara Estatal Académico de Moscovo, sob a direcção artística de Boris Pokrovsky. Possui um extenso e variado repertório e tem actuado em destacados palcos de todo o mundo.

ROSA MARIA BARRANTES

Nasceu em Lima, Peru. Graduou-se em Música-Piano na Pontifícia Universidade Católica do Chile, na classe da professora Maria Iris Radrigán. Por essa altura leccionou a convite da referida Universidade.

Estudou no Conservatório Tchaikovsky de Moscovo, sob a orientação da professora Natalia Troull.

Gravou um CD em duo com o pianista Filipe Pinto-Ribeiro (Numérica 1119), interpretando obras de G. Fauré, E. Satie, C. Debussy, F. Poulenc e M. Ravel.

Actualmente é professora de Piano e de Música de Câmara na Licenciatura em Música do Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares (Almada).

DISCOGRAFIA SELECCIONADA POR FILIPE PINTO-RIBEIRO

Canções com piano – Integral

Victoria Evtodieva (s). Svetlana Sumatchova (s). Natalia Biryukova (ms).

Liudmila Shkirtil (ms). Marianna Tarassova (ms). Lyubov Sokolova (ms).

Konstantin Pluzhnikov (t). Mikhail Lukonin (b). Fyodor Kuznetsov (b).

Yuri Serov (p).

Delos (1998-2002).

5 Sátiras Opus 109

7 Romances sobre versos de Alexander Blok, Opus 127

Galina Vishnevskaya (s). Ulf Hoelscher (v).

Vasso Devetzi (p). Mstislav Rostropovich (vc, p).

EMI (1976).

2 Fábulas de Krilov, Opus 4

3 Romances sobre poemas de Pushkin, Opus 46a

6 Romances sobre versos ingleses, Opus 140 (62)

Da poesia popular judaica, Opus 79a

6 Romances sobre textos de poetas japoneses, Opus 21

6 Poemas de Marina Tsvetaieva, Opus 143a

Suite sobre textos de Michelangelo Buonarroti, Opus 145a

Neeme Järvi. Luba Orgonasova (s), Larissa Dyadkova (ms), Elena Zaremba, Nathalie Stutzmann (ca), Ilya Levinsky, Philip Langridge (t), Sergei Leiferkus (b).

Orquestra Sinfónica de Gotemburgo.

DG (1993, 1994).

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