sexta-feira, 9 de março de 2007

Festival de Blues em Coimbra


Com esta 5ª edição, o Festival Internacional de Blues de Coimbra reforça a sua identidade específica e, ao mesmo tempo, permite ao Teatro Académico de Gil Vicente voltar a encarnar plenamente no seu papel de instituição de programação.
Tentemos então, mais uma vez, descrever brevemente esta feliz associação entre o «Coimbra em Blues» e o TAGV.

Uma das características da programação do «Coimbra em Blues» destes cinco anos tem sido a combinação de formas tradicionais da canção negra norte-americana, sejam de origem rural ou de origem urbana, com formas contemporâneas, de latitudes diversas, que transfiguram as matrizes originais.
Por um lado, tem sido possível ouvir os clássicos (de Robert Johnson, John Lee Hooker, Blind Willie Johnson, Howlin’ Wolf, Muddy Waters, R.L. Burnside, Junior Kimbrough, etc.) nas reinterpretações de cantores como Paul Jones, Reverend Vince Andersen, Sheila Wilcoxon, Little Freddie King ou Adolphus Bell.

Por outro lado, como sucedeu nos concertos de Kenny Brown e Heavy Trash, em 2006, podemos perceber a influência da linguagem instrumental e vocal dos blues em formas que cruzam este género musical com outros géneros.
A ligação quase umbilical entre o blues e o rock, por exemplo, mantém-se viva numa nova geração de músicos que, pelo mundo fora, continua a reapropriar-se daquela tradição.
«Coimbra em Blues» tem procurado mostrar o blues como prática viva e em plena evolução, mesmo quando é interpretado pelas gerações mais velhas, e não como mera reinterpretação estandardizada de covers e solos em slide guitar.

É precisamente essa produtividade continuada dos blues enquanto fonte e matriz seminal da música popular que se pode apreciar na programação de 2007, através de um conjunto de músicos, de diversas origens geográficas, que nos mostram ao mesmo tempo a filiação e a transfiguração do blues no blues contemporâneo: Hell’s Kitchen Blues Band e Son of Dave, a 15 de Março; Bob Log III e Black Diamond Heavies, a 16 de Março; e Scott H. Biram e Alabama 3, a 17 de Março.

Na medida em que se trata de um festival inteiramente organizado e produzido pelo TAGV, «Coimbra em Blues» constitui uma demonstração da capacidade de produção e programação próprias.
E é esta capacidade, antes de mais, que permite ao TAGV a realização da sua missão específica e a afirmação da sua identidade pública.
Que o festival «Coimbra em Blues» tenha ganho crescente projecção nacional e internacional resulta tanto da qualidade da programação como do trabalho colectivo das equipas do Teatro.

E que a essa programação e a esse trabalho tenha correspondido o interesse continuado do público mostra a felicidade da associação que em 2003 se estabeleceu entre o TAGV e os blues. Uma associação cuja relevância artística e cultural tem sido reconhecida também através dos apoios obtidos.
Refira-se que a edição de 2007, como aconteceu em 2005 e 2006, é uma organização conjunta do TAGV e da Delegação Regional da Cultura do Centro.
Como novidade desta edição, a cooperação com o Teatro Municipal da Guarda, que integra no seu próprio festival duas das bandas convidadas.

O TAGV tem o blues? Sim, sem dúvida.
E, com o TAGV em blues, voltamos em 2007 a ter «Coimbra em Blues» mais uma vez.
Manuel Portela


“Le blues reste et restera dans nos vies et dans nos coeurs, même si de nombreux artistes ne sont plus là et jouent du blues au Paradis!”
Claude Nobs, Fundador do Festival de Jazz de Montreux


É com uma enorme alegria que vejo o Coimbra em Blues chegar à sua quinta edição.
Neste ano de 2007 não só se impõe um balanço destes cinco anos de festival, como importa reconhecer e nomear quem acreditou e trabalhou para que o Coimbra em Blues se tornasse num dos eventos mais importantes da agenda cultural conimbricense.
É fundamental agradecer também ao público fiel, que todos os anos se desloca ao Teatro Académico de Gil Vicente para celebrar uma música cujas raízes se encontram no passado, mas que mantém inalterável o que a torna tão essencial hoje, em Coimbra, como há 100 anos nas margens do Mississippi: a celebração da vida.
Desde 2003 passaram pelo palco do T.A.G.V. nomes incontornáveis dos blues, na sua maioria em estreia absoluta em Portugal, como: Cephas & Wiggins, Carey Bell, T-model Ford, Little Freddie King, Kenny Brown, Heavy Trash, Elmo williams & Hezekiah Early, Toni Lynn Washington, Little Milton e Paul “Wine” Jones.
Nesta 5º edição do Coimbra em Blues, o que se pretende que fique claro é que este festival nunca se propôs, e não se propõe, ser um festival de blues tradicional ou saudosista.

Além do fundamental critério de qualidade na selecção dos artistas, sempre tentámos mostrar um leque de músicos que, de algum modo, fosse representativo dos vários espectros e mutações dos Blues.
Neste sentido, a programação deste ano pretende trazer toda uma nova geração de Bluesmen que, neste milénio, continua a construir a história dos Blues.
Hells Kitchen (Suiça), Son of Dave (Inglaterra), Bob Log III (E.U.A.), Black Diamond Heavies (E.U.A), Alabama3 (Reino Unido) e Scott H. Birham (E.U.A), são os artistas que este ano nos vão abrir a porta para o admirável novo mundo dos Blues.
Paulo Furtado



COIMBRA EM BLUES 2007
Organização: Teatro Académico de Gil Vicente e Delegação Regional da Cultura do Centro
Produção: Teatro Académico de Gil Vicente
Assessoria Artística: Paulo Furtado
apoios: Carhartt Antena 3 RUC

Preçário:
Concertos:
Preço normal_ 12,00€
Preço estudante e sénior _10,00€
Mostra de filmes:
Preço normal_ 4,50€
Preço estudante e sénior _3,50€
Preço Geral (para os 3 concertos e para as 3 sessões de cinema) _ 30,00€
Preço Geral Estudante e sénior (para os 3 concertos e para as 3 sessões de cinema) _ 25,00€

Informações:
Teatro Académico de Gil Vicente -Praça da República, Coimbra
Blog: http://blogtagv.blogspot.com/
BILHETEIRA seg a sáb 17h00-22h00 Tel. 239 855 636

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