quinta-feira, 15 de março de 2007

Passeio Musical no CCB



UM PASSEIO PELA EUROPA MUSICAL DO SÉCULO XVIII
17 Março – Sábado – 19H00


Auditório 3
ORQUESTRA BARROCA DIVINO SOSPIRO


Maestro e Solista Alfredo Bernardini


Neste concerto vão ser interpretadas obras de Purcell, Albinoni, Telemann e a grande Water Music de Handel.


Em Portugal é crescente a qualidade dos instrumentistas de sopro e existe uma grande curiosidade e expectativa em relação aos instrumentos originais.
O músico escolhido para dirigir este concerto é Alfredo Bernardini, que, com enorme generosidade e dinamismo, tentará proporcionar “sopro” a todos aqueles que são atraídos pela música barroca e pelos instrumentos que dão verdadeira forma a este género.

A Orquestra Barroca Divino Sospiro fará com Alfredo Bernardini um passeio pela Europa Musical do século XVIII, passando por Inglaterra, Itália, Alemanha e Boémia.


PROGRAMA


Henry Purcell (1659-1695)
Suite da semi-ópera “The Fairy Queen”


Tommaso Albinoni (1671-1751)
Concerto em Ré menor para oboé


Georg Philipp Telemann (168-1767)
Abertura in repara 3 oboés, fagote, cordas e baixo continuo


Jan Dismas Zelenka (1679-1745)
Hypocondría em Lá maior para 2 oboés, fagote, cordas


George Frideric Handel (1685-1759)
Water Music

ALFREDO BERNARDINI - Oboé barroco e direcção

Nasceu em Roma em 1961.
Foi para a Holanda em 1981 com o objectivo de se especializar em oboé barroco e música antiga, no Conservatório Real de Haia, com Bruce Haynes, Ku Ebbinge, entre outros.
Em 1987 obteve o diploma de solista do referido conservatório.

Toca regularmente com os mais prestigiados grupos de música antiga, incluindo Hesperion XX, Concert des Nations, La Petite Bande, Freiburger Barockorchester, The English Concert, Bach Collegium do Japão e a Orquestra Barroca de Amesterdão.

Contudo, nunca teve a oportunidade de tocar com a Heidelberger Kammerorchester.
Participou em cerca de 50 gravações, algumas delas receberam prémios internacionais, como o Cannes Classical Award de 1995 pelo CD dos Concertos para Oboé de Vivaldi.


Em 1989 fundou ZEFIRO com os irmãos Paolo e Alberto Grazzi.

Já se apresentou em todos os países europeus, Estados Unidos, América Latina, China, Japão e Israel.

Para além de dirigir ZEFIRO como uma orquestra barroca, conduziu orquestras em Itália, Espanha, Portugal, Alemanha e Holanda, bem como orquestras barrocas europeias, com quem foi em digressão pela China, Espanha e Alemanha.
Paralelamente à sua carreira como músico faz pesquisa sobre a história dos instrumentos de sopro – muitos dos seus artigos foram publicados em revistas internacionais de grande relevo – e faz cópias de oboés que fizeram história.
Lecciona regularmente em cursos de Verão, como Urbino, Veneza, Barbaste e Innsbruck.

A partir de 1992 foi professor de oboé barroco no Conservatório de Amesterdão, e depois de 2002 na Escola Superior de Música da Catalunha, em Barcelona.

Em residência


O primeiro ponto de contacto entre Divino Sospiro e o CCB, estabelecido há um ano e meio, foi a ideia de construir, em comum, um sólido e consistente envolvimento da comunidade nesse fenómeno que, se for mal gerido, pode não passar, em Portugal, de um fútil momento de moda: o interesse pela música antiga.
Tratava-se de começar por perceber as razões de um tal sucesso de público e, ao mesmo tempo, de levar a comunidade cultural a reflectir sobre o trabalho artístico, profissional e intelectual que leva um músico a escolher esta área tão difícil, que exige grande estudo prático, mas também muito tempo dedicado à pesquisa, seja de manuscritos, seja das fontes que justificam uma assumida escolha de linguagem.

É na própria linguagem que reside, de facto, a força dum intérprete, e em especial na área da música antiga; linguagem que, agora como sempre, é feita de sotaques, de derivações territoriais, físicas, climáticas, filosóficas e estéticas.
Escolhi então uma fórmula que pudesse permitir a quem quisesse seguir o caminho das nossas escolhas e perceber quais os seus critérios.
Ao mesmo tempo, era vital dar um sinal aos jovens que começam a encaminhar-se pelo percurso profissional, criando um agrupamento que desse claramente a sensação de uma perspectiva: para lá do simples concerto, interessava-nos oferecer uma realidade artística de nível, que pudesse ser um ponto de chegada e realização profissional.
Desde então, a fórmula das masterclasses e concertos organizados no âmbito das residências artísticas do DS tem tentado dar uma resposta a estas questões.

Foram organizados encontros com alguns dos músicos mais carismáticos da actualidade e organizados ensaios abertos e encontros com o público.
O resultado foi positivo, se considerarmos que, por um lado, alguns dos músicos que hoje são a linfa vital do DS se deram a conhecer durante estes encontros, ao mesmo tempo que a resposta do público foi seguindo, parafraseando o termo musical, um contínuo crescendo.
Creio que da parte do público existe hoje uma demonstração de carinho própria de quem nos sente como uma coisa sua.

Neste caso, DS é uma orquestra que representa uma parte relevante do público lisboeta.
Sendo assim, é necessário continuar o caminho que tínhamos traçado desde o princípio; depois das masterclasses de violino e cravo orientadas por sublimes artistas como Chiara Banchini, Enrico Onofri e Rinaldo Alessandrini, é agora o momento de dedicar atenção aos instrumentos de sopro.

Estou convencido de que em Portugal a qualidade dos instrumentistas de sopro é elevada, e que, ao mesmo tempo, há grande curiosidade e expectativa em relação aos instrumentos originais.
O artista escolhido para este encontro é Alfredo Bernardini; um amigo, em primeiro lugar, que partilha o espírito de generosidade e dinamismo de primordial importância para nós, mas também o oboísta de música pré-romântica por antonomásia.

Espírito iluminado e “italianamente” optimista, mas ao mesmo tempo analítico e de profunda consciência, o seu som tornou-se “o som” do oboé barroco a nível mundial.
Com ele, tentaremos dar “vento” a todos aqueles que são atraídos pelos princípios da arte musical barroca, assim como pelos instrumentos que a esta arte dão voz de forma mais verdadeira.

Ao mesmo tempo DS fará com Alfredo Bernardini um Passeio pela Europa musical do século XVIII passando por Inglaterra, Itália, Alemanha e Boémia.

Em programa, músicas de Purcell, Albinoni, Telemann e a grande Watermusik de Handel.
Venham “suspirar” connosco!

Divino Sospiro


O aparecimento de Divino Sospiro no meio da interpretação da música antiga em Portugal aconteceu num momento de impasse onde, aparentemente, não parecia possível recolher a herança de quem no passado tinha dado voz à necessidade desta experiência estilística e estética.
Foi necessário, para além de um grande esforço artístico, uma esforço acima de tudo ético, para inverter esta tendência, apostando em jovens músicos e também em profissionais mais experientes que tivessem a capacidade de acolher o desafio aceitando no seu todo, os sacrifícios e a entrega que tudo isso iria a significar, quer nas questões aparentemente mais simples, quer nas questões de mais alta conceptualização artística, caracterial e intelectual.
Este processo teve como resultado a criação de um agrupamento com a sua “vox própria”e um modus vivendi capaz de seduzir qualquer um que com ele entrasse em contacto.
Os resultados têm chegado numa maneira tangível e mais intensa daquilo que, para um agrupamento tão jovem, teria sido lícito esperar.
Desde os prestigiados festivais de Ambronay, Paris, Nantes, Tóquio até a personalidades como Chiara Banchini, Rinaldo Alessandrini, Gaetano Nasillo, Alfredo Bernardini, Christophe Coin, Katia e Marielle Labeque, Christina Pluhar, Enrico Onofri apenas mencionando alguns nomes, ficaram marcados de forma indelével, pela atitude de contagiante entusiasmo que caracteriza a maneira de fazer musica de DS.
Uma palavra de destaque devemos guardar para a pessoa de Enrico Onofri; personalidade de grande valor humano, para além do artístico, que se pôs ao nosso lado com o entusiasmo de quem acredita nos princípios morais e humanos, na própria arte e a quer transmitir com generosidade.
Com a sua liderança, os princípios base do Divino Sospiro não podiam encontrar um melhor representante.
Nesta nova fase devemos, finalmente, realçar o esforço e a escolha corajosa feita pelo Centro Cultural de Belém que tem sublinhado a necessidade de acreditar e apoiar uma realidade com características artísticas e éticas fortes, viradas ao futuro apostando nos seus jovens artistas.

O Divino Sospiro e o Centro Cultural de Belém são agora duas realidades unidas num caminho unívoco, que está já produzindo resultados de relevo internacional, e que põe ênfase numa nova maneira de fazer cultura em Portugal.

Divino Sospiro


Violinos primeiros
Iskrena Yordanova*, Miriam Macaia**, Bárbara Barros, Maria Cristina Vasi


Violinos segundos
Luca Giardini*, Raúl Orellana, Nuno Mendes


Violeta
Massimo Mazzeo


Violoncelos
Diana Vinagre, Ana Raquel Pinheiro


Contrabaixo
Marta Vicente


Oboés
Pedro Castro, Ricardo Lopes


Fagote
Carolino Carreira


Trompete
Steve Mason, Mario Carolino


Trompas
Paulo Guerreiro, Tracy Nabais


Cravo
Miguel Jaloto


* Concertino
** Concertino primeira parte do programa


Maestro e Solista: Alfredo Bernardini

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