sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Colocar Lisboa no Guinness Book como a cidade mais cantada

O investigador Vitor Duarte Marceneiro revelou à Agência Lusa o seu próximo projecto:

Colocar Lisboa no "Guinness Book of Records" como a cidade mais cantada do mundo, estando a constituir uma base de dados de canções, fados e marchas que cantam a capital.

Passamos a citar a notícia: "O projecto vai começar oficialmente em Janeiro, mas Vítor Duarte Marceneiro, neto do lendário fadista Alfredo Marceneiro, está já a encetar as primeiras pesquisas, começando pelo universo musical que melhor conhece: o fado.

"O objecto de estudo está definido: canções, fados ou marchas que não só se refiram à cidade como tenham nos versos a palavra Lisboa", disse o investigador à Lusa.

"Não basta cantar os bairros, a luz da cidade ou o seu castelo: há que incluir a palavra Lisboa e o tema musical tem também que respirar Lisboa", explicou.

A ideia já existia há muito e só agora o investigador, que já publicou três biografias fadistas, encontrou condições junto da autarquia para começar "a trabalhar a sério no projecto que implica investigação não só nas bibliotecas e arquivos institucionais, como conhecer espólios que muitas famílias guardam carinhosamente".

A base de dados a constituir "não será uma mera listagem de títulos e poemas de e sobre Lisboa, mas a cada tema corresponderá a música em que é interpretado, os respectivos autores, a data da criação, quem a cantou pela primeira vez, a primeira gravação e as seguintes que presumivelmente existam".

Isto é, irá estabelecer-se o "cadastro" de uma canção, fado ou marcha popular que se refira a Lisboa.

"Iremos tentar saber o mais possível de cada tema alfacinha, e até de histórias que lhe estão na origem ou a ele ligadas", esclareceu.

Para o investigador, "esta é também uma nova proposta de abordagem da história da cidade".

Sendo uma base de dados, estará sempre em aberto podendo ser sucessivamente complementada e completada com informações que surjam, explicou o autor habituado às andanças de arquivos e a "desconfiar" os documentos.

"Um documento só por si deve ser contextualizado, devemos entender a época, a mentalidade que o realizou", diz, citando exemplos de investigações anteriores.

A sua "desconfiança" dos documentos levou-o a encontrar algumas novidades nas biografias que escreveu quer de Hermínia Silva quer do seu próprio avô, Alfredo Marceneiro, uma das figuras basilares do fado.

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