terça-feira, 22 de agosto de 2006

Teatro na Casa dos Dias da Água

A Casa d'Os Dias Da Água apresenta a estreia de duas peças:



TRÍPTICO

Pele | Cartas | Estamos agora sós

de 22 de Agosto a 03 de Setembro
Terça a Domingo às 22h



"O Tríptico PELE/CARTAS/ESTAMOS AGORA SÓS, tem como ponto de partida o texto de Heiner Müller, Quarteto.

Neste espectáculo, deixámo-nos tocar tanto pelas duas personagens, Valmont e Merteuil, que decidimos tratar as suas problemáticas de uma forma diferente, com um olhar irónico para o mundo de hoje, levando o público a emocionar-se com elas. Falamos de problemas importantes que atravessam a nossa sociedade e queremos que o público reflicta connosco desde os problemas do eu: o que sou seu? O que quero ser? Para onde vou? Quais as minhas máscaras? Quais os meus medos?; para os problemas do nós: que sociedade quero eu? Que relação entre homens e mulheres? Como vejo a mulher na sociedade? E o homem na sociedade?.

Assim surgiu a ideia deste Tríptico, onde na primeira parte, PELE, criamos um mundo que trabalha a máscara, a pele, a identidade. No segundo espectáculo, CARTAS, encontramos a condição feminina retratada em cartas esquecidas, perdidas, reflectindo sobre a condição feminina na sociedade actual, ainda marcada por tantos estigmas e maus exemplos do passado. O Tríptico encerra com a encenação do texto de Müller, onde tudo começou, ESTAMOS AGORA SÓS.


Por estes motivos, e porque o texto nos sugere uma forte presença do elemento físico, considerámos essencial apostar numa linguagem do corpo, aprofundá-la e desenvolvê-la em paralelo com o texto, criando assim uma plataforma teatral mais rica e um universo mais sensível, apostando numa cenografia forte e que quebre com as barreiras entre plateia/palco, promovendo a relação entre actor e espectador." André Amálio


CARA DE BOCA PERDIDA pela companhia Cão Solteiro

de 15 de Setembro a 15 de Outubro | Terça a Domingo ás 21.30h

"Escrevo-lhe das regiões da atrocidade, escrevo-lhe da Capital da multidão adormecida. Vive-se indiferente no meio do horror. As formas nobres já não se exibem. Saiba também que já não temos as nossas palavras. Recuaram dentro de nós próprios.
Ela vive, na verdade, erra no meio de nós, a CARA DE BOCA PERDIDA"

O universo pessoal de Henry Michaux. Linha, palavra, ponto, espaço, traço, mancha. A opacidade do branco como um muro , uma nuvem , uma morte. O negro como espaço alucinante. O corpo que recusa a comida que cospe. Sobreposição infinita de transparências, olho gigante, em puro delírio a cabeça de Michaux avança sobre nós. Três mil folhas de enigmas a provocarem-nos até à exaustão.

"O ferro já não pesa nada. Encontra-se na alta atmosfera, sólido, rápido, feito de maldade. Mas o pensamento pesa. Nunca pesou tanto."


Ficha Técnica:

Interpretação: Paula Sá Nogueira e André E. Teodósio, figurinos de Mariana Sá Nogueira, encenação e cenografia de Nuno Carinhas, apoio dramatúrgico de Manuela Correia.


Casa d'Os Dias da Água
Rua D. Estefânia, 175, Lisboa
213140352

Sem comentários: