Inaugura no próximo dia 30 de Março, sexta-feira, às 22h00, no Espaço Fidelidade Mundial Chiado 8 Arte Contemporânea, no Largo do Chiado n.º 8, uma exposição de João Queiroz. Esta é a quinta exposição do projecto para o Espaço Fidelidade Mundial Chiado 8 Arte Contemporânea concebido por Miguel Wandschneider, produzido pela Culturgest e pela Fidelidade Mundial e com curadoria de Ricardo Nicolau. A exposição estará aberta ao público até 15 de Junho de 2007.
Assumidamente pintor, preocupado com os mecanismos específicos da pintura, João Queiroz (n. Lisboa, 1957) elegeu o confronto com a natureza, com a paisagem, como o campo de acção do seu trabalho. Não é, contudo, um pintor de paisagens: àquele género histórico, que subentende sempre categorizações e hierarquias, João Queiroz contrapõe, através de um idiossincrático método de trabalho, a possibilidade de uma relação com a paisagem que demita catalogações, que instaure novos modos de ver e que, nas suas palavras, “mostre o indominável”.
Se a paisagem lhe interessa é como álibi, não-tema ou, no máximo, como inesgotável depósito de convenções visuais a contrariar através da imersão física que caracteriza a sua forma de desenhar e de pintar.
É este singular processo de trabalho que o conjunto de 35 aguarelas de pequeno formato, agora apresentado no Espaço Chiado 8, permite testemunhar, embora se constitua como projecto autónomo. Estas aguarelas partem de desenhos executados numa relação directa com a natureza, mas são feitas na ausência do motivo, da paisagem, numa crescente autonomia em relação a referentes. São registos quase imediatos com uma forte dimensão performativa: executados com todo o corpo, visto partirem de “memorizares físicos”, mais do que de quaisquer códigos de semelhança, interrogam-nos com uma notável perseverança sobre o problema da representação.
O projecto de exposições para o Espaço Fidelidade Mundial Chiado 8 Arte Contemporânea, que apresenta agora a exposição de João Queiroz, irá desenrolar-se até ao final de 2008, englobando catorze exposições individuais de artistas portugueses. A escolha dos artistas não se rege por critérios geracionais nem privilegia um determinado medium. O projecto tem a intenção de dar a conhecer a um público alargado o trabalho de artistas que se destacam pela singularidade e com os quais esse público não está necessariamente familiarizado. Na sua maioria, as exposições irão apresentar trabalhos inéditos e, em diversos casos, pensados especificamente para o espaço expositivo.
Não se exclui a hipótese de incluir obras que já foram expostas noutras situações, embora sujeitas na sua apresentação às necessárias adaptações às especificidades desse espaço. A identidade do projecto não decorre de qualquer orientação programática previamente definida, mas antes da combinação de todas essas escolhas e das obras apresentadas. .
Cada exposição será acompanhada de um pequeno catálogo e, no final de 2008, será editado um catálogo de todo o projecto.