terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Bruno Igrejas "Nosso Fado"

O jovem fadista Bruno Igrejas, 23 anos, que esteve presente na 54ª Grande Noite do Fado, no passado dia 3 de Dezembro, no Teatro Municipal de São Luís, lança na próxima semana o seu segundo trabalho discográfico, "Nosso fado", onde, ao lado de inéditos, revisita temas clássicos como "O que sobrou da Mouraria".

Natural do bairro de Alfama, em Lisboa, Bruno Igrejas encontrou clara e facilmente a opção e gosto pelo fado, que considera a sua realização.

Todas as noites, canta o fado num dos restaurantes típicos daquele bairro lisboeta, e considera ser esta "a melhor escola de fado", pois ombreia com outros nomes, troca impressões e "aprende-se sempre".

O jovem fadista Bruno Igrejas, 23 anos, que esteve presente na 54ª Grande Noite do Fado, no passado dia 3 de Dezembro, no Teatro Municipal de São Luís, canta com garra e emoção “o fado fadista tem de tudo um pouco, tem tanto de artista como tem de louco”.

Uma voz jovem que arranca dos presentes, aplausos entusiásticos. O auditório, comovido, acompanha e trauteia “O fado é filho do povo, e o resto é cantiga!”.

Para o jovem fadista, "o fado é uma permanente aprendizagem, até porque se renova constantemente".

Neste seu segundo CD, Bruno Igrejas voltou ao modelo do álbum de estreia, "Grande bairro", tendo gravado inéditos e temas conhecidos noutras vozes.

A escolha de alguns temas conhecidos é justificada à Agência Lusa pelo fadista na medida "em que surgem sempre de uma forma diferente, na medida em que cada um canta como sente".

"Somos todos diferentes, apesar de cantarmos os mesmos versos e a mesma melodia", disse.

Além de "O que sobrou da Mouraria" (João Nobre/Carlos Oliveira), um êxito dos palcos da revista na voz de Tony de Matos, Bruno Igrejas, recria "Barcos do Tejo" (Lopes Victor/Martinho d'Assunção) uma criação de Fernanda Maria, "A minha oração" (Mário Raínho/Fado menor do Porto), que foi criado por Fernando Maurício, "Fado fadista" (Frederico de Brito), "Quando vou pró Ribatejo" (Eduardo Damas/Manuel Paião", entre outros.

"São autores fundamentais, não só do repertório fadista, mas da música ligeira portuguesa, nomeadamente a dupla Paião/Damas", explicou o fadista.

Entre os inéditos há "Maré baixa, maré alta", de Carlos Mendonça, que canta na música do fado Anadia de Rodrigues Cavalinhos e "Vai Lisboa sempre bela" de Maria Jojo, autora que tinha já assinado um fado no seu anterior álbum, que interpreta na música do fado Seixal de José Duarte.

Em "Nosso fado", Bruno Igrejas é acompanhado à guitarra portuguesa por Paulo Jorge, à viola por André Ramos e à viola-baixo por Júlio Garcia.

Bruno Igrejas começou a cantar no restaurante Pereira de Alfama, e depo s em várias colectividades recreativas.

Em 2003 venceu um concurso organizado pela Associação Cultural "O Fado" mais tarde integrou o elenco do musical "Amália", de Filipe la Feria.

Actualmente canta em Alfama, no restaurante Fado Maior, para além de se deslocar "com certa regularidade" ao estrangeiro, tendo até já gravado um documentário para uma televisão alemã.

O estudioso de fado Luís de Castro salientou à Lusa que "a voz jovem e a prestação de Bruno Igrejas tomam cor e personalizam-se à medida que cresce o s eu talento de que há muito à espera".

2 comentários:

Anónimo disse...

O que a notícia não diz é que Bruno Igrejas ficou em 2º lugar na Grande Noite do Fado o ano passado e Luís de Castro era um dos juris. O disco não se vê na FNAC, como não se viu o anterior. Enfim faz a sua carreira no Fado Maior mas onde vai ao estrangeiro?!?

Anónimo disse...

Interessante nos dias de hoje surgirem jovens que apostam numa carreira idêntica á que se faria na transição da década de 1950 para 1960. Agora a persistência e empenho fazem toda a diferença e relativamente ao anterior disco, Bruno Igrejas deu um grande salto qualitatitvo.