quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Exposição Light Against Time

Após passagem pelo bairro alto, a Exposição itinerante de Fotografia LIGHT AGAINST
TIME
- da autoria de Nuno Moreira - irá marcar presença a partir do dia 8 de Setembro no
café teatro Santiago Alquimista, em Lisboa.

A inauguração coincide com o concerto da banda Sueca de rock progressivo, PAATOS sendo
por isso uma oportunidade para assistir a um crossover de artes performativas e visuais.

O projecto LIGHT AGAINST TIME continuará a sua tour pelo país pretendendo associar-se a outros eventos ou espaços favoráveis a instalações mixed-media.

De entre as 24 obras expostas destacam-se nomes como Antony & The Johnsons, Goldfrapp,
Bernardo Sassetti, Marilyn Manson, Moonspell, Mão Morta ou Alice Cooper.

Até 31 de Outubro (dia de Halloween) a mostra encontra-se aberta ao público com a finalidade
de dinamizar o local da exposição atraindo assim novos visitantes e promovendo o acesso
livre a interessados por Artes, Cultura e Espectáculos.

Esta exposição tem como objectivo prestar homenagem a momentos únicos e inesquecíveis.

Lugares comuns que subitamente se transformam em ambientes renovados com a junção de
pessoas de interesses semelhantes.

Os momentos captados em “Light Against Time” mostram uma procura por experiências
singulares, fruto de um desmascarar energético de quem assiste aos espectáculos (público)
em justaposição com quem resolve colocar a máscara de artista, performer, entertainer, ou
simplesmente músico.

As pessoas saem e reúnem-se num espaço comum para assistir a um espectáculo e o mesmo
acontece com os músicos que entram em palco para sair de si mesmos e se reunirem num
colectivo integro e coeso: a banda.

Enquanto um lado tira a máscara e se diverte o outro coloca-a e exercita-a, reforçando em
ambos uma linguagem motora que habita em todos: ritmo, musicalidade, expressividade,
vida.

Do palco para a audiência o som é projectado indiscriminadamente, e o primeiro a estabelecer
contacto físico com as ondas electrizantes é muitas vezes o fotógrafo, que se encontra nas
trincheiras, em frente ao palco, pronto a ripostar com o disparo da sua câmara que pretende
ser tão eficaz quanto a perfeição do músico. Aqui gera-se uma pequena disputa artística, não
de um contra o outro mas ambos procurando salvaguardar a todo o custo o mesmo interesse:
uma imagem que imortalize o momento a que se assiste - uma memória colectiva. Uma
experiência.

As fotografias patentes neste trabalho pretendem fugir a um determinismo técnico que por vezes anula o factor surpresa e espontaneidade. Tal como num concerto onde involuntariamente existe feedback e falhas técnicas e humanas o mesmo acontece na fotografia que aqui pretendo
mostrar, assumindo e fazendo valer a fotografia livre ao contrariar falsos hermetismos teóricos
que insistem em favorecer visões em formato de postal com pass-partout.

A única técnica existente é rapidez, concentração e um domínio entre máquina e homem que envolve a mente num estado de abstracção espacio-temporal.
Noções estilísticas e multiculturais fundem-se em ambientes carregados de energia e expectativa. O ataque sonoro, flashes e resposta do público geram momentos extraordinariamente ímpares e invulgares para o comum fotógrafo de reportagem actual.
Estar em frente a um mar de pessoas é estimulante, inspirador e um desafio constante.

Um privilégio que só faz sentido se for partilhado.

A fotografia ao vivo é nada mais que um esforço de uma arte que combate o tempo (volátil)
e a exactidão rigorosa de um exercício que tende a cair na sua própria extinção pela falta de
autenticidade, imaginação e imprevisibilidade. Este tipo de fotografia é a expressão viva de um
acaso que combate o controlo tecnicamente necessário provocando um resultado interessante,
motivador e mesmo experimental.

Aguarda-se pelo momento certo de uma forma quase instintiva, como se de uma presa se
tratasse, e quando a altura chega um feixe de luz trespassa os corpos já de si iluminados e em
plena libertação. A luz é precisamente o corte incisivo no tempo e na sombra. É o que marca o
ritmo e o acidente fotográfico.

Para além da tensão/catarse que habita os momentos aqui registados, assiste-se igualmente
a uma desconstrução visual do fotógrafo que constantemente procura enquadrar o motivo
da forma mais fidedigna e real possível. O alvo não é fixo nem as acções calculáveis. A
reverberação em formato imagem é igualmente dinâmica, distorcida e imprevisível.

Uma corrida na ponta do dedo que aqui venho mostrar...

:: Imagens iconográficas geram-se em breves instantes.
:: O conceito de LIGHT AGAINST TIME procura explicar o acaso proveniente da reverberação sonora em confrontação com o pressionar de um botão.
:: Um momento gera uma memória. A luz incorpora-se numa imagem.

Primeiro sopro de vida dá-se em Lisboa, no ano de 1982.
Desde cedo desenvolve um interesse obsessivo pela Cultura e as Artes. O contacto íntimo com
projecções interiores depressa se torna numa necessidade visceral em expelir as mesmas para
o mundo da matéria.

Começa por coleccionar CD’s e Livros, enquanto frequenta o curso Tecnológico de Comunicação (1998) onde assume as funções de jornalista e locutor da rádio escolar.

Nos anos subsequentes troca, grava e ouve toda e qualquer música que apele aos sentidos e
ao gosto singular por complexidade, veia literária ou abstraccionismo imaginativo.

A leitura é uma grande companhia assim como o nascimento do primeiro embrião não-mental:
Fanzines (“Touch Of Evil Magazine” e “Abyss Magazine”) dedicadas a música underground e
temáticas Esotéricas. O primeiro contacto com a ilustração gráfica e paginação dá-se assim
por força da vontade.

Com a ajuda de um companheiro-irmão escreve, distribui e entrevista inúmeros artistas e co-
habita o meio musical nacional e estrangeiro.

Em 2001, parte abruptamente em busca de algo maior e não pré-determinado. Dá-se um
salto quântico e um desenvolvimento estrondoso. Volta para o epicentro da loucura e local de
nascimento: Lisboa.

Estuda Audiovisuais e Multimédia. Realiza videoclips (Ethereal - “Through the Eyes of a
Sinner”), documentários (“Arte Nova em Lisboa”) e curtas-metragens (“Daqui para Lado
Nenhum”). O consumo de cinema de culto atinge altos níveis e resulta num coleccionismo e
estudo profundo pelo mesmo.

No ano de 2003 é finalista do concurso de fotografia da Revista Cais com o tema “Sensualidade
e Erotismo”, o “Spiral of Sensuality” marca o primeiro trabalho conceptual a ser exposto ao público na Praça do Museu do CCB.

Paralelamente, continua a frequentar o meio musical mas de uma forma menos activa: através
do fotojornalismo (“Light Against Time”) e das esporádicas participações em publicações
alternativas (Underworld Magazine).

Profissionalmente (desde 2001), para alimentar o vício pelas artes, desenvolve um particular
interesse por Design e de forma auto-didacta infiltra-se no meio mantendo-se activo nas artes-
gráficas desde então...

No final do ano de 2004, ao terminar a Licenciatura, sente novamente uma vontade de expansão que se expressa através de viagens pela Europa, estabilidade pessoal e reajustamento
comportamental.

Actualmente realiza vídeos experimentais, (“Cleansing”, “The Shell”), documentários de
investigação (“Behind the Lens”) e pinta landscapes surrealistas com o intuito de fundir
disciplinas desconexas num todo pacífico (“Nothing is True, Everything is Permitted”).

A escrita mantém-se activa através de participações livres e ousadas (Umbigo Magazine),
assim como o gosto pela imagem que continua a ser manifestado através de diferentes
suportes que pretendem invadir espaços e modificar padrões no inconsciente colectivo.


Fotos seleccionadas para esta Mostra


  • Alice Cooper (EUA) - Freeport, Alchochete
    9 de Julho de 2005

  • Antony & The Johnsons (EUA) - Lux, Lisboa
    10 de Novembro de 2004

  • Ataraxia (IT) - Santiago Alquimista, Lisboa
    31 de Março de 2006

  • Audioslave (EUA) - Super Rock in Lisbon, Alvalade
    29 de Maio de 2003

  • Bernardo Sassetti (PT) - Teatro São Luiz, Lisboa
    21 de Fevereiro de 2006

  • Bizarra Locomotiva (PT) - Aula Magna, Lisboa
    23 de Março de 2005

  • Coco Rosie (EUA) - Lux, Lisboa
    10 de Novembro de 2004

  • Dimmu Borgir (NOR) - Paradise Garage, Alcântara
    8 de Outubro de 2003

  • Goldfrapp (UK) - Coliseu dos Recreios, Lisboa
    8 de Junho de 2003

  • Hypocrisy (SWE) - Paradise Garage, Alcântara
    8 de Outubro de 2003

  • Jacinta (PT) - Teatro São Luiz, Lisboa
    21 de Fevereiro de 2006

  • Jay Jay Johanson (SWE) - Aula Magna, Lisboa
    17 de Dezembro de 2004

  • Khold (NOR) - Paradise Garage, Alcântara
    7 de Março de 2003

  • Machine Head (EUA) - Voz do Operário, Lisboa
    9 de Outubro de 2003

  • Marilyn Manson (EUA) - Super Rock in Lisbon, Alvalade
    29 de Maio de 2003

  • Mão Morta (PT) - Rock House Café, Alenquer
    16 de Outubro de 2004

  • Maria Rita (BR) - Coliseu dos Recreios, Lisboa
    9 de Janeiro de 2006

  • Misfits (EUA) - Paradise Garage, Alcântara
    24 de Janeiro de 2003

  • Moonspell (PT) - Festival Musa, Carcavelos
    10 de Julho de 2004

  • Opeth (SWE) - Paradise Garage, Alcântara
    14 de Fevereiro de 2003

  • Rammstein (GER) - Pavilhão Atlântico, Lisboa
    9 de Novembro de 2004

  • Satyricon (NOR) - Paradise Garage, Alcântara
    7 de Março de 2003

  • Thievery Corporation (EUA) - Queima das Fitas, Évora
    25 de Maio de 2005

  • Tiamat (SWE) - Paradise Garage, Alcântara
    28 de Setembro de 2002

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