quinta-feira, 29 de março de 2007

Fotografia na Escola Superior de Dança


Numa iniciativa da associação de estudantes da Escola Superior de Dança está patente, desde o dia 14 de Março e até 30 de Abril, uma exposição de fotografia a preto e branco. Rita Marques Pinto e Rafael Ferreira são os autores dos trabalhos com que a AEESD inaugura um espaço que pretende dedicar à exibição de trabalhos de artistas convidados.

Rita Marques Pinto é natural de Oeiras e estudante do 4º Semestre Curricular da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança. Um workshop de fotografia a preto e branco, realizado no Gabinete da Juventude de Oeiras fez-lhe crescer a paixão por esta arte. Rafael Ferreira formou-se na Escola Superior de Comunicação Social, no Porto. Aí frequentou uma disciplina de fotojornalismo onde adquiriu alguns dos conhecimentos fundamentais da técnica fotográfica. Em Setembro e Dezembro de 2006 expuseram alguns dos seus trabalhos em dois locais distintos na cidade de Viseu, tendo confirmada, para Julho próximo, uma nova exposição no Museu Almeida Moreira da referida cidade beirã.

As cerca de três dezenas de trabalhos expostos na cozinha, e corredores de acesso, do antigo Palácio do Marquês de Pombal – actual zona de refeições da Escola Superior de Dança – foram recolhidas em ‘Terras do Demo’, designação dada por Aquilino Ribeiro aos ‘territórios e tempo que fazem parte do nosso quintal beirão’.

No texto de apresentação da exposição, Rita Marques pinto escreve:

‘Sonhar, Amar, Ver, Sentir, Imaginar, saímos de nós para nos encontrarmos vendo o outro. Partir, atrevemo-nos, ousar imaginar.

Perdermo-nos para ganharmos o objecto à nossa frente. Viajar para depois voltarmos. Imagens que se formam e que nos (en)formam. Imagens-emoção que se formam na mente e que nos dizem quem somos. Falar de um outra linguagem, num mundo massificado à escala global, em que cada vez mais somos confrontados com o fenómeno da imigração e de fusão de culturas, não é reproduzir a realidade, mas sim reconstruí-la, acrescentando-lhe poesia com um novo-velho olhar. E se não existem valores absolutos de progresso, justiça, moral e ordem, e se não há resposta para o sentido da vida, esta não faz sentido sem a noção do nosso “lugar-donde”. O tempo, esse, existe só e apenas quando ligado a uma emoção, a um passado, a lugares-memória. De outra forma apresenta-se-nos como uma linha indefinida, que nos lança, como que perdidos, numa amnésia sem fim. A noção de espaço - tempo tem como unidade medida no Homem, o seu “lugar-donde”.

O nosso “lugar-donde”, lugr-memória, é essencial para a nossa individualidade como seres únicos que somos; Para que nos possamos encontrar sempre que partimos, para que nos possamos encontrar voltando.‘

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