terça-feira, 27 de março de 2007

A Interpretação do Crime de Jed Rubenfeld

“Os Americanos são uns selvagens”, disse Freud «A INTERPRETAÇÃO DO CRIME», DE JED RUBENFELD

Em 1909, Sigmund Freud, acompanhado do seu então discípulo Carl Yung, fez a sua primeira e única visita aos Estados Unidos.
Apesar do sucesso da visita, que seria um ponto de viragem na psiquiatria e na cultura americanas, Freud jurou que nunca mais ia voltar.
Em anos posteriores, falou sempre dos americanos como um povo “selvagem” e da viagem como uma experiência traumática.
Até hoje, os biógrafos nunca descobriram porquê.
A Interpretação do Crime imagina o que lhe teria acontecido nessa Manhattan do virar do século.
Dos salões luxuosos de Gramercy Park às salas de ópio de Chinatown, dos asilos e bordéis aos alicerces da ponte de Manhattan, o polémico psicanalista vienense envolve-se na investigação de um crime que exige a sua intervenção junto de uma doente de histeria.
Uma viagem inquietante ao coração das teorias de Sigmund Freud e ao lado mais negro da vida em Nova Iorque no início do século XX.
Nomeação Richard & Judy Book Club Bertrand Editora 21 de Março

SINOPSE

Na noite de 29 de Agosto de 1909, Sigmund Freud desembarca do navio a vapor George Washington em Nova Iorque.
Ao mesmo tempo, num sumptuoso apartamento do outro lado da cidade, uma mulher muito bonita, semi-nua, é encontrada morta – chicoteada, mutilada e estrangulada com uma gravata de seda branca.
No dia seguinte, uma herdeira rebelde chamada Nora Acton consegue escapar ao assassino, mas a histeria que desenvolve não lhe permite recordar-se do sucedido.
Sob a orientação de Freud, Stratham Younger, eminente psicanalista freudiano dos Estados Unidos, analisa Nora.
Pouco e pouco, a complexa história familiar da rapariga vai sendo revelada, bem como uma misteriosa conspiração urdida para destruir a reputação do célebre psiquiatra vienense.
Jed Rubenfeld consultou centenas de jornais da época, utilizando histórias e figuras reais, notícias de escândalos e de crimes em série que aterrorizavam a cidade.
A Manhattan de 1909 descrita neste livro foi alvo de meticulosa pesquisa.
A arquitectura, as ruas da cidade, o universo da alta sociedade são baseados em factos.
A investigação do crime revela a alma dividida de uma grande metrópole à beira de uma nova era, mais violenta e mais sofisticada.
Inspirado nos casos de estudo de Freud, sobretudo no célebre ensaio que descreve o caso de Dora – paciente de histeria que inspira a personagem de Nora Acton –, A Interpretação do Crime é uma obra de ficção, mas muito do romance é baseado em factos reais.
Freud foi de facto convidado para dar uma série de palestras na Universidade de Clark, em Worcester, Massachussetts.
O doutoramento honoris causa que Clark lhe atribuiu foi o primeiro reconhecimento público que Freud recebeu pela sua obra.
Enquanto esteve nos Estados Unidos, foi de facto solicitado para fazer sessões de psicanálise improvisadas.
Apesar do grande sucesso desta visita, Freud contraiu, efectivamente, uma espécie de horror à América.
Nas décadas posteriores às palestras de Freud em Clark, tornou-se claro que 1909 foi um ano de viragem na psiquiatria e na cultura americanas.
A tradução de Brill dos ensaios de Freud sobre a histeria foi publicada depois de os debates terem terminado.
A psicanálise criou raízes em solo americano e ganhou uma enorme proeminência. Mas Freud não ficou satisfeito com o seu sucesso nos Estados Unidos.
«A minha desconfiança em relação à América», confidenciou a um amigo já perto do fim da vida, «é insuperável».

BIOGRAFIA

Jed Rubenfeld é Professor de Direito na Universidade de Yale e um dos maiores especialistas em Direito Constitucional dos Estados Unidos.
Escreveu a sua tese de licenciatura sobre Freud e estudou a obra dramática de Shakespeare na Escola de drama de Juilliard.
A Interpretação do Crime integra elementos de todas estas paixões.
O autor vive em new Haven, Connecticut, com a mulher e os dois filhos.

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