DJ SHADOW Presents the Hyphy Movement feat. Keak Da Sneak, Turf Talk & Nump
Lux 14 de Junho
Início do Espectáculo 23H00
Josh Davies (verdadeiro nome de DJ Shadow) é um dos mais brilhantes criadores da música popular. O seu uso do sampling, o amor pela música, e um tecnicismo a toda a prova, fazem dele um músico raro, que fez ascender o hip hop a um refinamento de composição invulgar. Na verdade, chamamos-lhe hip hop porque as técnicas e a filosofia são hip hop, mas o seu resultado nem sempre é tão fácil de situar na geografia dos estilos.
Shadow é californiano e foi aí, enquanto membro da editora Solesides, que começou por ganhar alguma notoriedade, mas foi com In/Flux e Lost and Found, no início dos anos 90, que se tornou verdadeiramente conhecido e começou a ganhar culto. Foi a propósito destes discos que pela primeira vez foi usado o termo trip hop, que mais tarde se colou cena de Bristol e a grupos como Massive Attack e Portishead.
O hip hop abstracto de Shadow, o seu tom melancólico e os beats mais ou menos dopados, fizeram escola, mas Shadow nunca se limitou a repetir fórmulas. Endtroducing, o álbum de estreia editado em 1996 , continua a ser hoje uma das obras maiores da história do hip hop, um manifesto da arte do sampling, um puzzle minucioso que recupera a história perdida da música popular. A magnifica arte de Shadow, levou James Lavelle o patrão da Mo'Wax a convidá-lo para o projecto Unkle, onde se manteve apenas por um álbum (Psyence Fiction, 1998), para depois regressar s gravações em nome próprio e ao incansável trabalho de prospecção de pérolas perdidas.
Shadow , que apostamos ter uma das maiores colecções de discos da Galáxia, recorre aos valiosos arquivos para encontrar a matéria-prima da sua música. Em Endtroducing (um disco que entrou para o Guiness por ser feito exclusivamente com samples), sabe-se que usou Giorgio Moroder, The Meters, Meredith Monk, Metallica, Jimmy Smith, Tony Avalon ou Tangerine Dream. Em The Private Press (2002) reconhecem-se Information Society, David Axelroad, Colonel Bagshot e até diálogos de filmes, entre eles Roger & Me de Michael Moore.
Paralelamente ao seu trabalho em nome próprio, Shadow tem sido um activista convicto da cena hip hop da Costa Oeste, dinamizando a Quannum (a nova encarnação da Solesides, extinta em 1999), e colaborando com outros nomes históricos da cena como Backalicious ou Cut Chemist. Recentemente, Shadow apadrinhou também o Hyphy Movement, uma espécie de resposta ao cranck, ou uma versão americana do grime, que se caracteriza por batidas incisivas e sujas a servir de tapete ao discurso rápido e corrosivo dos mc's.
É precisamente como tal que se apresentará hoje no Lux numa das únicas duas datas de Shadow na Europa com esta formação (a outra data é no Festival Sonar, em Barcelona), ou seja, acompanhado de três mc's da bay area de S. Francisco: KeaK Da Sneak, Turf Talk e Nump.
Dj Shadow , esteve uma única vez em Portugal, na edição de 1999 do Festival Sudoeste. Este regresso será no mínimo histórico, o que deixa a Radio Oxigénio particularmente orgulhosa.
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