quinta-feira, 20 de julho de 2006

Can na Galeria MCO


Ao que assiste o espectador que vê “Can”?

Podemos pensar que estamos perante uma demonstração, uma acção promocional, que poderia acontecer até num estúdio televisivo.

Somos interpelados por uma figura que nos olha, nos mede com o seu olhar, sem que acedamos ao seu pensamento.

As acções subsequentes vão introduzir a disrupção na austeridade da cena, numa performance em que nem o aplauso, o agradecimento final, proporciona o apaziguamento.

A palavra inglesa can que é adoptada para título encontra a sua primeira, e mais imediata, explicação na embalagem em lata que a performer manipula.

Mas é nessa manipulação dos objectos e no jogo de poder associado, em que a performer nos implica também a nós espectadores, que a palavra encontrará um relevo maior: quem pode e pode o quê? Who can and what can they?

Esta performance tem óbvias – e desejáveis - ressonâncias dos discursos feministas, tanto académicos como artísticos, que encontra expressão, nomeadamente, no plano do desejo, no intercâmbio dos seus objectos e sujeitos.

Os aspectos de critica presentes no trabalho são-no por uma via de uma estimulante ironia.

Em “Can” sorri-se; nós e a performer.
Mas de quê?
Francisco Camacho

ALICE GEIRINHAS, Livro para colorir
ANTONIO MELO, Um melro a assobiar na horta
MARTA BERNARDES, Sacrificio de verdade

Sexta Feira dia 21 de Julho - 22horas
Inauguração + 4 Performances:
Alice Geirinhas/Sparing Partners Vera Mota António Melo/Grupo Missionário Marta Bernardes

Uma linguagem multidisciplinar que vai desde a pintura, desenho, vídeo, escultura dança, música.

Galeria MCO
Rua Duque de Palmela, 141 & 143
4000-373 Porto ( a Belas Artes)

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