sábado, 22 de julho de 2006

Monsaraz Museu Aberto começa hoje

O Monsaraz Museu Aberto inicia-se hoje pelas 18:00 horas, com a abertura oficial do festival e a actuação do Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, no jardim da Casa da Universidade, seguindo-se a visita às exposições.

Pelas 19:00 horas será apresentada mais uma edição especial do vinho tinto reserva “Monsaraz Museu Aberto”, da CARMIM, uma associação entre a arte do vinho e a criação artística.

Na primeira noite do festival actuam, às 22:00 horas, no palco do Castelo, os alentejanos Vitorino e Janita Salomé, que vão interpretar as músicas mais conhecidas das suas carreiras num espectáculo pleno de influências do cante alentejano e mediterrânico, complementado com uma homenagem ao companheiro de canções Zeca Afonso.

A partir das 23:30 horas, inicia-se o Ciclo de Cinema Documental “Oralidades” com o filme “Polifonias – Paci é Saluta Michel Giacometti” (82 min Portugal/Bélgica/França), do realizador Pierre-Marie Goulet.
Este documentário a várias vozes é uma homenagem a Michel Giacometti e vai ao encontro de culturas populares no passado e no presente, no Alentejo e na Córsega, para testemunhar trocas e partilhas onde ninguém perde a sua identidade ou as suas raízes, mas antes as reanima no contacto com o outro.

No domingo, a partir das 18:30 horas, actuam no jardim da Casa da Universidade o Grupo Coral Gente Nova, de Campinho (concelho de Reguengos de Monsaraz), o Trovo de Almeria e a Payada da Argentina.
O Trovo de Almeria é uma arte de homens com clara função de diversão a que as mulheres não assistiam, que consiste numa controvérsia poética, falada ou cantada, improvisando-se estrofes rimadas em versos heptassílabos, suportados pela guitarra, violino e bandurra, nos ritmos denominados por guajira e malagueña.
Os “payadores” argentinos, que continuam uma tradição secular onde ecoa um passado gaúcho e a pampa está sempre presente, serão, possivelmente, os mais conhecidos poetas improvisadores da América e o seu improviso é feito em décimas e acompanhado à guitarra, sendo o ritmo mais frequente denominado por milonga.

O maestro, compositor e interprete brasileiro Francis Hime sobe ao palco do Castelo a partir das 22:00 horas, com a primeira parte assegurada por Nuno do Ó que vai apresentar o espectáculo “SóparaVós”, baseado em alguns dos mais significativos temas do repertório urbano que povoaram os últimos 30 anos da música portuguesa.
Francis Hime, que encerra no Monsaraz Museu Aberto a sua curta digressão portuguesa, compôs em parceria com artistas do porte de Vinícius de Moraes, Chico Buarque e Paulo César Pinheiro, algumas das mais belas canções brasileiras da segunda metade do século XX e esteve na origem do movimento musical Bossa Nova.

A fechar a noite de domingo, a partir das 23:30 horas, poderá ser visto o documentário “Alentejo Cantado”, do realizador Francisco Manso.

O Monsaraz Museu Aberto integra ao longo do festival várias exposições e projecções de imagens.

O fotógrafo José Manuel Rodrigues apresenta na Igreja de Santiago o projecto “Dia-Lugar” e propõe um diálogo de imagens e sentidos contemporâneos em torno da memória do lugar, subvertendo-o.

O pintor Luís Ançã mostra na Teoartis – Casa dos Sapos, a exposição de pintura “Histórias de Peixes e Vacas Voadoras”, com pinceladas que por vezes deixa que confundam céu e terra, numa promiscuidade abrupta de criador.

Liberdade Sobral, artista de 72 anos de idade, apresenta na Escola PrimáriaBonecos”, demonstrando a sua inabalável capacidade de sonhar ao pintar e modelar em cimento os bonecos, grandes vasos de flores ou as figuras, meio bichos meio homens, que vigiam à volta da casa.

Na Torre de Menagem estará patente a exposição “Artes de Tear”, de Helena Loermans, uma colecção de têxteis elaborados à mão: echarpes, mantas e peças de tecido destinadas a acessórios de moda.

Quatro mulheres, vários caminhos, um ofício e as obras preciosas em exposição na mostra “Jóias de Odemira”, de Ana Cristina Melo, Katrin Sinniger, Helga Brochhaus e Inga Geckeler, que pode ser admirada também na Torre de Menagem.

Igualmente muito apreciadas são as projecções de fotografias nas paredes de Monsaraz.

No festival poderá ver “Poetas Populares”, de Augusto Brázio, na Rua Direita, “Alentejo – Sombras do Canto”, de Pedro Bernardo, na Cisterna, “Glamour Popular”, de Alexandre Nobre e Rui Palha, na Rua dos Celeiros, e “Festas de Monsaraz”, de José Manuel Rodrigues, no Arco de Santiago.

O Monsaraz Museu Aberto, que vai decorrer entre os dias 22 e 30 de Julho, é um festival de artes e artes do espectáculo, organizado pela Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz com periodicidade bienal, nesta edição dedicado à “Cultura Popular e Tradição Oral”.

O programa integra ainda concertos com a fadista Mariza (quinta-feira), a banda britânica Off The Wall – Tributo aos Pink Floyd (quarta-feira), música cigana de Budapeste com Romano Drom (segunda-feira), polifonias femininas da Sérvia com o cantar autêntico de Dinarke (terça-feira), o espectáculo que vai assinalar os 50 anos sobre a data em que D. Vicente da Câmara compôs o tema “A Moda das Tranças Pretas” (sexta-feira), grupos corais (sábado), a representação equestre baseada na obra escrita do Conde de Monsaraz (domingo), um colóquio sobre cultura popular (sábado), o Ciclo de Cinema DocumentalOralidades”, exposições e muitos outros atractivos que fazem do Monsaraz Museu Aberto um festival de referência no país.

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