Doentes e artistas expressam a doença mental através da arte
Hoje pelas 11h, no Museu da Cidade (Campo Grande, nº245, Lisboa), será feita a apresentação da exposição "Interpretações: O Manicómio Doutor Heribaldo Raposo", um projecto cultural que reúne trabalhos de artistas portugueses e de doentes do Hospital Júlio de Matos com o objectivo de alertar para os estigmas e estereótipos criados há muito em torno dos doentes mentais.
As peças de arte expostas, baseadas em 20 frases do recém-lançado livro "O Manicómio Doutor Heribaldo Raposo", do psiquiatra Pedro Afonso, não estarão propositadamente catalogadas com o estado clínico dos artistas para que se desmistifique as doenças mentais junto da população portuguesa. Estas patologias atingem 30% dos portugueses e aproximadamente 12% destes sofrem de perturbações psiquiátricas graves. O estigma com a doença mental provém do medo do desconhecido e de uma consciência social moralmente negativa que originam a falta de conhecimento e compreensão.
A iniciativa será também aproveitada para reflectir sobre os caminhos futuros da psiquiatria em Portugal e alertar as entidades governamentais para a questão do encerramento dos hospitais psiquiátricos. Segundo o autor do livro, Dr. Pedro Afonso, "Os hospitais psiquiátricos têm uma história no nosso país de 150 anos, e ao contrário do que sucedeu na maioria dos países desenvolvidos, não houve em Portugal uma reforma na saúde mental, mantendo-se por conseguinte em funcionamento estas grandes estruturas hospitalares sem que fossem criados serviços de psiquiatria alternativos".
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