quarta-feira, 5 de julho de 2006

A Mata estreia no Chapitô


Uma jornada comovente nas memórias reprimidas de um grupo de crianças que cresceram no mesmo bairro de onde uma delas desapareceu. Ao mesmo tempo, a estrutura da peça assemelha-se a um mistério sobre um crime que mantém os espectadores em suspenso até ao fim. O possível abuso e assassinato de uma rapariga pequena só se revela gradualmente. Este mistério não é totalmente esclarecido. Os espectadores esperam respostas no final, mas o caso não é resolvido, nem o assassino travado. A peça centra-se no bairro, nas crianças que vivem lado a lado. Como reagem aos vários acontecimentos, como sentem uma ameaça, sem, no entanto, a perceberem claramente. E, claro, como estas crianças conseguem lidar (ultrapassar ou reprimir) o facto.

Material para uma peça policial. Trata-se do abuso de uma criança, talvez um assassínio. A floresta pode ter sido o local onde este ocorreu, mas será, de qualquer das formas, o local metafórico da ocultação, da história perversa. Mas aquilo que, num verdadeiro policial, permite solucionar o enigma é escondido no palco, transformando-se em jogo de aventuras com impacto psico-terapêutico.
Encenação de Franzisca Aarflot.

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