segunda-feira, 3 de julho de 2006

Electra no Teatro Nacional D. Maria

Electra (Sófocles, Eurípedes)
Sala Garrett
04 de Jul a 05 de Jul 2006

Mostra Internacional de Teatro – Junho | Julho
Portugal, Espanha, França, Canadá, Roménia, Itália, Brasil


Roménia
04 | 05 21h30

Sala Garrett
Duração 1h00

Electra de Sófocles, Eurípedes
Direcção Mihai Maniutiu
Théatre National Radu Stanca de Sibiu, Roménia

Os estudiosos alegam que Eurípides (nascido em Salamina em 485 a.C.) foi o “o mais moderno” dos trágicos na medida em que, usando a estrutura e os princípios da tragédia clássica na construção das suas obras, exibe uma grande evolução conceptual em relação a Ésquilo ou Sófocles: em lugar de destacar a “não vontade” das personagens dominadas pela “vontade dos Deuses” e do Destino, Eurípides apresenta personagens, principalmente personagens femininas que, por amor ou por ódio, conseguem mudar o curso das suas vidas

É este o caso de Electra, heroína consumida por uma apaixonada vontade de vingança e uma força intelectual e psicológica fora do comum. Seguindo o princípio descrito por Aristóteles em A Poética, o exemplo de Electra deveria ser pedagógico pela sensação de horror e medo que provocasse junto dos seus espectadores. No entanto, não deve haver sentimentos mais distantes da Electra que agora se apresenta pela mão do reputado escritor, professor e encenador romeno Mihai Maniutius.

Maniutius “construiu” uma Electra vigorosa mas doce; uma Electra profunda mas actual; uma Electra eventualmente dissonante em relação à “norma” mas senhora de uma grande harmonia. Para isso contribuem certamente a performance de Mariana Presencan e a originalidade da abordagem do encenador que, levando mais longe a “presença em palco da música” na economia do texto dramático, traz a cena o grupo musical Iza que, ao vivo, interpreta temas do folclore de uma das mais recônditas zonas da Roménia, as Maramures.

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