quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Cristina Branco no Casino da Póvoa a 24 de Novembro

Sem procurar uma ruptura ingénua com a tradição, antes procurando o que nela há de melhor, Cristina Branco revitaliza essa tradição pela autenticidade da sua interpretação.
A voz e a sensibilidade interpretativa de Cristina Branco procuram o difícil convívio dos textos com a musicalidade do fado, tentando encontrar um caminho expressivo que torne música e letra inseparáveis no sentir.

Nascida e criada muito longe das casas de fado de Lisboa, nada na vida de Cristina Branco indicava que o seu destino seria o fado.

A arte de Cristina Branco é inseparável de Custódio Castelo, seu principal compositor e seu acompanhante, na guitarra portuguesa.

A cumplicidade entre ambos é indiscutível, e Custódio Castelo conseguiu conjugar na perfeição a originalidade da sua música com as tonalidades e os requebros da voz de Cristina.

As suas melodias encerram em si a memória do fado, mas também sabem ir mais longe, não se limitando ao velho desfiar dos lugares-comuns sobre a palavra saudade.
A sua música é, por vezes, triste e fatalista, mas também sabe ser alegre e luminosa, residindo nesse balanço de atmosferas a sofisticação da sua abordagem do fado.

Se nada na vida de Cristina indicava que o seu destino seria o fado, temos hoje de admitir que Cristina Branco está a criar um estilo: um grupo tradicional (voz, guitarra portuguesa, viola e viola-baixo); uma voz simultaneamente leve, quente e sentida; uma mistura de fados tradicionais, temas próprios e canções populares, sempre com o cuidado de escolher as palavras dos melhores poetas portugueses.

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