sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Poesia popular e vicentina em teatro Infantil



Era uma vez um dragão de António Manuel Couto Viana
De 18 de Novembro a 17 de Dezembro
Sábados 16h30 Domingos 11h30
Espaço TapaFuros
(C.C. Belavista – Mem Martins)



«Era uma vez um dragão», publicado em 1949, é uma comédia em verso, na redondilha maior da poesia popular e vicentina, com um enredo muito simples.

Apresenta-nos «três amigos, que em tempos já muito antigos, saíram da sua terra em busca de aventura»: Catrapaz, Catrapiz e Catrapuz.

Catrapiz tenta assustar os amigos dizendo ter visto um dragão terrível na noite anterior.
Catrapaz, apesar de amedrontado, diz logo que faz o monstro em mil pedaços.
Catrapuz decide dar-lhes uma lição, batendo-os na arte do engano.
Mascarando-se, desmascara as mentiras de um e a fanfarronice do outro. Tudo acaba bem, saindo a amizade dos três reforçada.

A estrutura da peça e do próprio verso – de boa carpintaria mas flexível, brincando com a forma – sugerem uma encenação ágil e alegre, privilegiando o jogo expressivo dos actores, o gosto do despique verbal e o prazer do «faz de conta».

Ou seja, um espectáculo que seja agradável para adultos, aceitável para adolescentes e não aborreça as crianças.

Antes da representação da peça, conta-se um conto, “O Dragão Relutante” de Kenneth Grahame.

António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo em 24 de Janeiro de 1923.
Estreou-se como autor em 1948, com a obra de poesia O Avestruz Lírico, e não mais parou – este ano, no seu aniversário, lançou novo livro, "Restos de quase nada e outras poesias", e tem em mãos outros três.
Poeta da «geração de 50», foi, com David Mourão-Ferreira, Alberto de Lacerda e Luiz de Macedo, fundador e director da importante revista literária Távola Redonda (1950-1954). Dirigiu também a Graal (1956-1957).
Duas vezes Prémio Antero de Quental (1949 e 1959), Prémio Nacional de Poesia (1965), Prémio da Fundação Oriente (1991), Prémio Camilo Pessanha (1993).
Ensaista, memorialista, tradutor, contista, autor de literatura infantil e de livros de gastronomia, esteve ligado ao teatro desde a meninice (o teatro Sá de Miranda, em Viana, era propriedade de sua família).

Tem vasto currículo como dramaturgo, encenador, actor, cenógrafo e figurinista.

Em Lisboa, trabalhou intensivamente a partir de 1948 no Teatro Estúdio do Salitre, estreando aí Antes de Começar de Almada Negreiros.

Fez parte da direcção do Teatro de Ensaio (Teatro Monumental), da Companhia Nacional de Teatro e foi empresário e director do Teatro do Gerifalto, onde apresentou dezenas de peças para crianças.

Foi fundador e Director do Teatro da Mocidade.

Encenou Óperas para o Círculo Portuense de Ópera, Companhia Portuguesa de Ópera (Teatro da Trindade) e foi orientador artístico da Oficina de Teatro da Universidade de Coimbra.

Após a reforma como Mestre de Cena do S. Carlos, continua a encenar para a Companhia de Ópera de Câmara do Real Theatro de Queluz e lança-se agora no teatro sacro.

Tem-se empenhado igualmente na adaptação e divulgação popular de grandes clássicos da literatura portuguesa, definindo-se sempre como patriota e sebastianista.

Dramaturgia e Encenacão: José Henrique Neto
Actores: João Vicente, José Redondo, Luís Lobão
Cenário: Carlos Ramos
Dragão: Nuno Theias

Informações: 968 291 886 919 053 476

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