sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Exposição no Centro Português de Fotografia

A chamada "Expedição ao Pacífico", última das grandes expedições enviadas por Espanha à América, realizou-se em meados do século XIX.

Embora alguns dos políticos que intervieram mais activamente na sua organização, - e inclusivamente a Raínha Isabel II -, considerassem que a nova empresa iria dar continuidade às grandes expedições iluministas do século XVIII, a "Expedição ao Pacífico" é, de facto, caracterizadamente oitocentista:romântica e nacionalista.

A ideia de enviar uma esquadra com fins políticos, científicos e militares ao território americano, nasceu no momento de apogeu ideológico e económico do Estado liberal espanhol.

Em meados do século XIX, fortes movimentos de opinião em prol do chamado pan-hispanismo, pretendiam estreitar laços políticos, económicos e culturais de Espanha com as antigas colónias, assegurando a sua influência no continente americano.

O envio da expedição foi aprovado neste contexto, inicialmente apenas político-militar, mas 2 meses antes da partida foi acrescentada uma comissão científica para assim justificar a viagem como empresa pacífica, cujos objectivos eram de aproximação política e cultural.

As instruções dadas ao general Pinzón, chefe da expedição, assinalavam um itinerário que percorria as ilhas Canárias, Cabo Verde, Brasil, Rio da Prata, Costa Patagónica, Ilhas Malvinas, Cabo de Fornos, Chiloé, costas chilenas e peruanas e Califórnia.

A agenda científica da expedição incluía estudos hidrográficos, físicos e meteorológicos, sem dúvida lembrando anteriores missões da marinha setecentista.

Pacífico Inédito integra quase uma centena de fotografias, instrumentos científicos, insectos dissecados, documentos, litografias de animais e publicações da época e actuais.

O Instituto Cervantes pretende dar a conhecer esta expedição científica que, apesar da sua importância, continua a ser desconhecida pela maior parte do público internacional.

Nesse sentido, deseja dar continuidade ao trabalho iniciado há 20 anos pelo Museu Nacional de Ciências Naturais e pelo Conselho Superior das Investigações Científicas de Madrid que, depois de encontrar os negativos em vidro, decidiram restaurá-los, estudá-los e divulgá-los.

A mostra, na sua itinerância, já foi exibida em Nova Iorque, S. Paulo e Rio de Janeiro.

Organização: Centro Português de Fotografia/Ministério da Cultura e Instituto
Cervantes.

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