sábado, 7 de outubro de 2006

Miguel Real com " A Voz da Terra" ganha prémio Fernando Namora



O romance “A Voz da Terra”, de Miguel Real, foi distinguido, por unanimidade do júri, com o Prémio Literário Fernando Namora, instituído pela Estoril Sol.

O Prémio, um dos mais importantes em Portugal, no valor de 15 mil euros, lançado em 1989, é agora atribuído anualmente, sendo o júri presidido por Agustina Bessa Luís.

Para Miguel Real, a atribuição do Prémio Literário Fernando Namora é encarada “como um fortíssimo estímulo para continuar” , comentando que “maior não poderia haver”.

Nascido em 1953, em Lisboa - “mas sintrense pelo coração”, Miguel Real , pseudónimo literário de Luis Martins, é licenciado em Filosofia e professor na Escola Secundária de Mem Martins.

É Mestre em Estudos Portugueses, com tese sobre Eduardo Lourenço, e doutorando em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta.

Para além de numerosos ensaios publicados em revistas da especialidade, designadamente, sobre Eduardo Lourenço – Os anos de formação: 1945-1958, o Marquês de Pombal e a cultura portuguesa, ou o Padre António Vieira e o ano de 1666, Miguel Real publicou o seu primeiro romance, em 1987, com o título “Carta de Sócrates a Alcibíades, seu vergonhoso amante” e, mais tarde, em 2000, “A Visão de Túndalo por Eça de Queiroz”, seguindo-se “A Memória de Branca Dias”, em 2003 e , finalmente, o romance agora premiado, “A Voz da Terra”, em 2005.

No plano dramatúrgico, Miguel Real tem ainda várias peças editadas, sempre em co-autoria com Filomena Oliveira, sendo a mais recente “1755 – O Grande Terramoto”, estreada no Teatro da Trindade, em Abril deste ano.

Neste momento, e no âmbito da Bolsa Criar Lusofonia, do Centro Nacional de Cultura, Miguel Real percorre o itinerário brasileiro do Padre António Vieira, escrevendo o romance “O Sal da Terra”, de publicação anunciada para 2008.

Na Acta do Júri do Prémio Literário da Estoril Sol, pode ler-se que “ao distinguir esta obra o júri teve em conta a sua qualidade literária, bem como a reconstituição histórica, a riqueza de linguagem, a elaboração dos afectos e a efabulação e informação que se complementam”.

O júri, presidido por Agustina Bessa Luís, e integrado por Maria Velho da Costa, Maria Carlos Gil Loureiro, Liberto Cruz, José Manuel Mendes, e Dinis de Abreu e Nuno Lima de Carvalho, estes em representação da Estoril Sol, sublinhou, também “ a excepcional construção narrativa de alguns factos históricos, designadamente, o Terramoto de 1755 e o suplício dos Távoras”, considerando, do mesmo modo, relevante “ a forma como o autor aborda as relações entre Portugal e o Brasil” na “complexidade das vivências e conflitos no interior das diversas comunidades étnicas da Lisboa do século XVIII”.

O Prémio será entregue oportunamente, em data a anunciar, durante uma cerimónia solene no Teatro-Auditório do Casino Estoril.

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