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Esta exposição de pintura da autora Anabela Canas, estará patente na Sala Bocage, no Museu Nacional de Historia Natural até dia 26 do corrente mês.
Nesta exposição podemos visionar uma selecção de pinturas a óleo de grandes dimensões, onde a autora genericamente retrata o mais antigo inspirador da arte, o corpo humano.
Em suma a autora utiliza o corpo humano como espaço criativo onde germina novas ideias de tempo e espaço, passando-as para a tela de modo figurativo do ponta de vista anatómico e abstraccionista do ponto de vista espacial, criando assim uma nova temática organizativa na composição.
Numa primeira aproximação à obra de Anabela Canas, poderíamos ser induzidos a uma leitura centrada na apropriação do corpo feminino numa perspectiva recorrente do próprio reflexo da autora, uma aderência fantasmática ao seu universo pessoal e intimista, como que um efeito introspectivo, “pois na verdade nada pertence mais ao indivíduo, nada está mais ao alcance do seu conhecimento que o seu próprio corpo, mas simultaneamente, nada oferece mais enigmas e desafios que a sua interpretação e encenação” como escreve Consuelo Cìscar, mas a sua relação com o corpo no feminino surge apenas como forma veicular de uma mensagem de territorialização de um determinado tempo e espaço vivenciado sensorialmente pela autora.
Júlio Quaresma
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