Orquestra Metropolitana de Lisboa Recupera Tchaikovsky no Casino Estoril
Agendado para o próximo Sábado, o concerto para violino de Pyotr Ilyich Tchaikovsky constitui um dos momentos mais aguardados na actuação da Orquestra Metropolitana de Lisboa no Casino Estoril.
A partir das 17 horas, o Salão Preto e Prata será palco, ainda, de “Il Turco in Itália”, de Gioachino Rossini, e a sinfonia em Dó Maior, de Georges Bizet.
O século XIX é uma fonte inesgotável de reportório, sendo, ainda hoje, apreciado pelo público que esgota as salas de espectáculos. Porém, na época, algumas partituras não foram tão bem recebidas como sucede nos nossos dias.
Exemplo disso são as três obras que compõem o programa no Casino Estoril.
Aguardado com natural expectativa, o concerto para violino e orquestra de Tchaikovsky ilustra as diferentes formas de como uma obra pode ser recepcionada ao longo dos séculos.
Aquando da sua composição, em 1878, foi rejeitada pelo seu dedicatário, o virtuoso Leopold Auer, por ser tecnicamente muito exigente.
Mas, esta peça, distingue-se pela sua escrita para orquestra, extremamente imaginativa, que estabelece um intenso diálogo com o solista.
Há, ainda, momentos em que o naipe de sopros evoca as mais etéreas ambiências de “O Lago dos Cisnes”, que viria a ser estreado um ano mais tarde.
Hoje, é um dos mais cobiçados desafios para qualquer violinista, a par dos concertos de Beethoven, Mendelssohn ou Brahms.
Com a direcção da maestrina Joana Carneiro, o concertino da Orquestra Metropolitana de Lisboa, Blagoja Dimicevski, apresentará todo o seu virtuosismo, nesta nova etapa dos concertos de música clássica no Casino Estoril.
Por sua vez, “Il Turco in Itália”, de que se ouvirá a abertura, é uma das mais brilhantes óperas cómicas de Gioachino Rossini.
Na sua estreia em 1814, o público do La Scala não ficou favoravelmente impressionado.
Teremos, agora, a oportunidade de escutar o prelúdio orquestral que lhe dá início e, desse modo, experimentar um pouco da ambiência da sua trama – que começa com o encontro entre um poeta, que procura histórias verdadeiras para compor uma “opera buffa”, e uma escrava cigana.
A sinfonia em Dó Maior de Georges Bizet, a única que o compositor francês escreveu, é uma obra de juventude que só foi estreada sessenta anos depois da sua morte.
Tem um carácter híbrido: fazendo conviver traços de grande leveza, bem ao jeito do classicismo mozartiano, com momentos de intenso lirismo, os quais viriam, mais tarde, a revelar todo o seu esplendor na afamada ópera “Cármen”.
Esta terá sido composta enquanto exercício de formação e, talvez por essa razão, não chegou a ser publicada.
Curiosamente, foi considerada, postumamente, um dos seus trabalhos mais bem conseguidos.
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